“Congratulamo-nos com a decisão agora tomada. Consideramos que essa decisão reflete o sentir maioritário do povo português. Corresponde às posições da maioria dos partidos na Assembleia da República e poderá contribuir para a resolução israelo-palestiniano que, como sabemos, se arrasta há décadas”, disse o secretário nacional do PS para as Relações Internacionais, Francisco Assis.
Para o dirigente socialista, que fala este domingo, no Porto, “é um momento histórico, é um momento relevante, é uma decisão correta, é uma decisão que suscita uma ampla adesão nacional e uma ampla adesão no plano europeu e do mundo ocidental. Basta olhar para o número de países que ontem, hoje e amanhã vão proceder a esse reconhecimento no âmbito da Assembleia Geral das Nações Unidas”.
Francisco Assis acredita que a decisão do reconhecimento “vai contribuir para a resolução do problema” israelo-palestiniano na região do Médio Oriente, rejeitando que seja uma medida apenas simbólica.
“É uma medida política que terá, certamente, consequências de ordem política”, frisou, notando que, a partir de agora, “se intensificará a pressão política no plano internacional para que Israel altere muitas das suas prioridades políticas”.
Para o também eurodeputado socialista, Israel corre mesmo “o risco de se constituir, no futuro, como uma espécie de Estado pária, à semelhança do que aconteceu com a África do Sul no período do ‘apartheid’”.
Francisco Assis observou, também, que “teria havido vantagem em que o Estado da Palestina já tivesse sido reconhecido há muito mais tempo”, nomeadamente para impedir determinadas opções pelo Estado israelita em matéria de alargamento de colonatos na Cisjordânia, considerando, contudo, que não é possível dissociar o processo “das circunstâncias da integração internacional de Portugal” e de articular posições com outros países.
O secretário nacional do PS salientou ainda que reconhecimento do Estado da Palestina fortalece também “a necessidade da solução dos dois Estados”.
“Isto é uma derrota de todos os extremistas: os extremistas israelitas, que querem uma grande Israel e que excluem a possibilidade de criação de um Estado da Palestina, como é uma derrota dos extremistas palestinianos, em particular do Hamas e dos fundamentalistas islâmicos que lhe estão associados, que não reconhecem o direito à existência do Estado de Israel”, vincou.