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“Que ninguém fique em casa porque todos os votos contam”

“Que ninguém fique em casa porque todos os votos contam”

Apenas os socialistas estão em condições de “fazer pontes” com outros partido e a sociedade civil após as legislativas, afirmou António Costa ontem em Coimbra, no Pavilhão dos Olivais completamente esgotado, lembrando que o PS “nunca foi um partido radical ou de conflitos”.

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“Que ninguém fique em casa porque todos os votos contam”

Refutando as críticas dos partidos da coligação de direita, o líder socialista lembrou que o PS “é e sempre foi” um partido central de democracia portuguesa, “um partido da moderação” que nos momentos de crise “soube sempre gerar a concertação social, dinamizar o diálogo e criar pontes”.

Bem diversa tem sido a postura deste Governo de direita, disse António Costa, acusando-o de ser um “fator de conflito permanente” com praticamente todos os setores da sociedade, devolvendo a acusação de radicalismo ao PSD e ao CDS por terem, “rompido com as suas próprias famílias políticas”.

Para derrotar a direita, defendeu o líder socialista, é preciso que o PS obtenha, no próximo dia 4 de outubro, uma maioria parlamentar que “garanta a estabilidade à ação executiva”, cumprindo o seu programa que tem as “melhores condições” para poder substituir o atual Governo, porque é “sério e sustentado em estudos e em contas certas”.

 

Apelo aos indecisos e abstencionistas

Referindo-se às sondagens que PSD e CDS “tanto festejam”, António Costa lembrou que elas representam o “mínimo histórico” da direita em legislativas, defendendo que o Partido Socialista é a única alternativa política a este Governo e o único que está em condições de poder defender “aqueles que estão sozinhos e que se não podem defender” e que sem o PS “estão ao abandono”.

Porque sem o PS, prosseguiu, eles serão os principais “derrotados no próximo domingo, humilhados e outra vez apelidados de piegas”, reiterando que o PS concorre a estas legislativas em nome do restabelecimento de uma governação de confiança, para representar os portugueses que “anseiam por uma mudança, por um futuro e um novo ciclo de esperança e de conciliação nacional”.

“Que ninguém fique em casa porque todos os votos contam” apelando àqueles que ainda estão indecisos ou que pensam na abstenção para se lembrarem do “sofrimento” que o Governo do PSD/CDS infligiu aos portugueses nestes quatro anos, prevenindo-os que se ficarem em casa “não será por isso que vão ter menos sofrimento”.

Imperativo de salvação nacional

Antes do líder socialista, falou António Arnaut, fundador do PS e primeiro responsável pela criação do SNS, que defendeu como um “imperativo de salvação nacional” a vitória do PS nas eleições de domingo, definindo os partidos da coligação como uma “direita radical e reacionária”.

A este propósito questionou a assistência, perguntando-lhes se já tinham pensado como seria Portugal se esta direita “radical e reacionária” continuasse por mais quatro anos, e o que “restaria do nosso país?”.

Depois de defender que o voto útil para derrotar a direita é o voto no PS, o histórico socialista considerou ser um “imperativo patriótico mudar de Governo e mudar de política”.

António Arnaut lembrou o primeiro comício do PS ali mesmo em Coimbra, no Pavilhão dos Olivais, há 41 anos, salientando que apesar de os tempos e as circunstâncias serem hoje outras, “não se mudaram nem os nossos valores nem o compromisso ético e político do PS com os trabalhadores, o povo e a pátria”, garantindo que a vitória do PS não será de alternância do poder, mas uma “verdadeira alternativa política económica, social e cultural”.

Estas eleições são o “mata-mata”

Citando o antigo selecionador nacional de futebol Luiz Felipe Scolari, Manuel Alegre lembrou que “esta é a hora do mata-mata: ou um Governo de direita ou um Governo do PS”.

Pediu por isso a todos os que “amam a democracia, o Estado social e os valores do 25 de abril”, para não “desperdiçarem os seus votos”.

Quanto às críticas que PCP e BE têm dirigido de forma sistemática ao PS nesta campanha eleitoral, Manuel Alegre lembrou que os socialistas estão a travar nestas eleições “um combate desigual” contra uma coligação do “dinheiro organizado, dos poderes financeiro e mediático”, deixando um recado aos partidos à esquerda do PS que o “combate da esquerda contra a esquerda é a força principal da direita”.

Para o histórico dirigente socialista não é racional que uma parte da esquerda gaste as suas energias fazendo do PS o inimigo principal, garantindo que no Partido Socialista “nunca nos enganámos no adversário representado pela coligação PSD/CDS”.

Manuel Alegre dirigiu depois fortes críticas aos partidos da direita, dizendo que “mentem sem pudor e sem vergonha”, dando-se ao luxo, como salientou, de “mascarem as contas públicas, como fez a ministra das Finanças”, o que “noutro país, ou aqui, com outro Presidente da República, não ficaria impune”.

Esta direita é “fundamentalista, contra o Estado social e contra a própria História de Portugal”, disse ainda Manuel Alegre, realçando que se o PS ganhar as próximas eleições, o 5 de outubro e o 1º de dezembro “vão de novo ser comemorados como feriados nacionais”, avisando que por “vontade deles” há muito que o 25 de abril e o 1º de maio “também já estavam riscados dos feriados nacionais”.