Durante a discussão em plenário das normas avocadas, João Paulo Correia assegurou que “a falta de médicos é o maior problema que afeta o SNS” e recordou que agora se assinala “um ano desde que foi criada a dedicação plena, uma primeira grande resposta para a fixação e a captação de médicos no Serviço Nacional de Saúde”.
Ora, neste primeiro ano, os “dados são positivos”, havendo “cerca de metade dos 21 mil médicos especialistas do SNS a aderirem à dedicação plena”, congratulou-se.
“Mas não podemos ficar por aqui”, alertou o coordenador dos socialistas na Comissão de Saúde, explicando que, por esse motivo, o PS “apresentou uma proposta neste Orçamento do Estado para a criação da dedicação exclusiva de adesão voluntária dirigida aos médicos do Serviço Nacional de Saúde”.
Esta proposta, que é uma “resposta absolutamente necessária para que o SNS tenha mais médicos em todas as especialidades” e inclui a melhoria das remunerações, da carreira e a gestão dos horários, foi rejeitada, na passada sexta-feira, pelos votos contra do PSD, do CDS e do Chega, lamentou.
“O Chega, o CDS e o PSD uniram-se para chumbar a dedicação exclusiva da adesão voluntária no Serviço Nacional de Saúde”, frisou João Paulo Correia.
O deputado do PS avançou, em seguida, alguns dados: “Este ano, só metade dos médicos recém-formados é que têm contrato com o Serviço Nacional de Saúde; um número horrível, o pior dos últimos anos, e só um terço das vagas para medicina geral familiar foram preenchidas”.
Esta é a prova de que “o Governo se afastou muito mais do objetivo da grande promessa eleitoral de diminuir o número de utentes sem médico de família”, denunciou o socialista.
De acordo com João Paulo Correia, “há aqui uma linha que une o Chega, o CDS e o PSD, que é a linha da transferência de recursos do SNS para os privados e é por essa razão que chumbaram a proposta do Partido Socialista”.
“A partir de agora, ficam responsabilizados pela continuidade de falta de médicos no Serviço Nacional de Saúde”, atacou.