PS repudia intenção de penalizar Portugal nos fundos europeus
Na sessão plenária sobre sinergias entre os fundos estruturais e o Horizonte 2020, Liliana Rodrigues iniciou a sua intervenção afirmando a “importância das sinergias entre as diferentes formas de investimento europeu”, destacando o impacto das mesmas nas “economias nacionais, desde a formação à criação de emprego, da investigação e inovação à competitividade”, sendo precisamente “isso que faz também da política de investimento na ciência uma forma de política de coesão das regiões europeias”.
Tendo isto em atenção, a eurodeputada interpelou diretamente o comissário Carlos Moedas, presente em plenário e responsável pelas áreas da Investigação, Ciência e Inovação, no sentido de saber “como pôde a Comissão pensar em penalizar Estados-membros, países que estão em dificuldades, através do congelamento do investimento proveniente dos fundos europeus” e se isso não representaria a “subversão da própria política de coesão”, deixando agora “a ciência em Portugal nas mãos do ECOFIN”.
“Como é possível que, após a duríssima austeridade imposta pela troica durante quatro anos a Portugal, se pense sequer em penalizar o país porque este falhou 0,2% do pacto orçamental em 2015”, insistiu a eurodeputada, acrescentando que será difícil explicar a um cidadão europeu em Portugal que todo o país possa ser sancionado depois de tantos anos de sacrifício impostos por um governo de direita que tinha como princípio político o ‘custe o que custar’ “e que há agora um governo de esquerda a ser castigado por não caber na visão neoliberal que tem marcado a agenda europeia”. “Como pode a Comissão passar a decisão de penalização para o ECOFIN? Está a Comissão a lavar as mãos?”, questionou.
Liliana Rodrigues terminou a sua intervenção alertando Carlos Moedas para “o peso que as palavras têm” e que “os seus colegas deveriam sabê-lo, os mercados ouviram-nos, o ECOFIN também e Portugal já está a ser penalizado”.