PS rejeita qualquer cedência a grupos de interesses
Em entrevista esta manhã à SIC Notícias, Carlos César justificou a mudança do sentido de voto do PS admitindo que, quando, na sexta-feira, votou favoravelmente a proposta, essa posição “foi conversada com alguns membros do Governo”, mas depois de uma ponderação feita pelos deputados do PS e o Governo verificou-se que “seria precipitado adotar esta contribuição, sem que houvesse uma reflexão mais apurada sobre as suas consequências, sobre os impactos reputacionais e sobre os impactos jurídicos”.
O líder da bancada socialista lembrou a existência de processos judiciais em Espanha sobre “decisões similares e que foram perdidos para o Estado”, embora considere que “o Governo em 2018 deve estar obrigado a proceder a uma reflexão sobre o sistema regulatório do setor energético, para diminuir estas rendas excessivas e a fatura que os contribuintes pagam”.
O também Presidente do PS recusa assim que entre os dois momentos da votação tenha havido qualquer cedência aos interesses das empresas de energia. “Não cedemos a lobbies de qualidade nenhuma, o nosso único lobby é o interesse nacional”, afirmou, acrescentando que as decisões são tomadas de acordo com aquilo que para o PS é “a interpretação do interesse nacional, contra qualquer empresa e qualquer partido“.
Carlos César desdramatizou a alteração da votação lembrando que “ao longo desta discussão do Orçamento, todos mudaram de posição de voto dezenas de vezes, algumas até no espaço de uma hora”. O que o PS fez foi “um voto condicional, avocando a decisão de imediato para o dia seguinte”, explicou o líder da bancada socialista.
Veja aqui a entrevista.