“O verdadeiro crescimento económico mede-se pela valorização de quem o torna possível: os trabalhadores, o primeiro e mais importante fator da nossa vida coletiva”, afirmou o Secretário-Geral do Partido Socialista, ontem, em Lisboa, no final da reunião que manteve na sede da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), em Lisboa.
Num encontro dedicado aos grandes desafios da economia nacional – nomeadamente a competitividade, a inovação e a criação de emprego –, o líder do PS reiterou a disponibilidade socialista para contribuir para a preservação de um clima de estabilidade no país que responda tanto às preocupações das empresas como às expectativas dos cidadãos.
“Uma economia voltada para as pessoas é o nosso propósito. O nosso compromisso é trabalhar para um modelo de crescimento que valorize o trabalho, promova a coesão social e garanta oportunidades para todos”, afirmou.
O encontro com a CIP insere-se numa ronda de reuniões com os principais parceiros sociais, que já incluiu a UGT e que em breve envolverá também a CGTP e a Confederação de Turismo.
O objetivo, clarificou José Luís Carneiro, é “assegurar que as decisões que venham a ser tomadas, nomeadamente em matérias laborais, resultem de um processo de construção coletiva, equilibrando os diferentes interesses em presença”.
Salvaguarda do Estado social é condição para o diálogo
DE resto, como noticiou o “Ação Socialista”, na sua edição online desta quarta-feira, José Luís Carneiro foi contundente ao reivindicar que o Orçamento do Estado para 2026 “não pode ser usado para atacar os direitos laborais, enfraquecer o Sistema Nacional de Saúde ou pôr em risco a Segurança Social”.
Mesmo reafirmando abertura ao diálogo, o líder do PS rejeitou totalmente a possibilidade de admitir “retrocessos” em matéria de leis laborais que, disse, penalizam sobretudo jovens e mulheres.
E reiterou que qualquer negociação com o Governo da AD precisa ter como “ponto de partida” a salvaguarda dos trabalhadores e dos pilares do Estado social, condenando, mais uma vez, as propostas avançadas pelo executivo chefiado por Luís Montenegro, que, acusou, “incentivam o trabalho não declarado e fragilizam os direitos de quem trabalha”.