O Secretário-Geral do PS defendeu, ontem, em Lisboa, que o reforço de 50% do suplemento atribuído aos antigos combatentes é uma medida justa, financeiramente responsável e, sobretudo, um sinal inequívoco de que Portugal não pode falhar àqueles que lhe dedicaram anos decisivos de serviço.
Referindo-se à proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 avançada pelo PS, cuja aprovação José Luís Carneiro encara com “plena confiança”, o líder socialista sublinhou tratar-se de uma decisão “de justiça elementar”, preparada com rigor e sentido de responsabilidade financeira.
À saída, esta segunda-feira, de uma reunião com a direção da Liga dos Combatentes, o Secretário-Geral destacou que o PS apresentou “uma proposta séria, responsável e devidamente sustentada”, que visa reforçar o apoio concedido a quem “dedicou anos decisivos da sua vida ao serviço de Portugal”.
O suplemento, explicou, deverá ser distribuído por três categorias, representando um impacto global estimado de 20 milhões de euros, faseado em dois anos para garantir a estabilidade orçamental: metade em 2026, metade em 2027.
“Estamos a falar de justiça, reconhecimento e memória”, sublinhou o líder do PS, frisando que o Estado não pode esquecer aqueles que marcaram, com o seu percurso, a identidade coletiva do país.
“Temos confiança de que os diferentes partidos saberão reconhecer a justeza da proposta”, vincou, adiantando que, durante a reunião, foi ainda debatida a revisão do Estatuto do Antigo Combatente, uma matéria na qual a Liga reconhece ter tido avanços significativos com os governos do PS, nomeadamente através da criação do Cartão do Antigo Combatente.
Este instrumento, assinalou, permite o acesso facilitado a serviços públicos, em especial cuidados de saúde, e assegura gratuitidade em determinada medicação.
A propósito, José Luís Carneiro frisou, contudo, que “há aperfeiçoamentos necessários”, designadamente no acesso aos transportes públicos, e garantiu que o PS continuará, no Parlamento, a trabalhar nessa direção.
Investimento social, habitação e qualificação
Esta reunião com a Liga dos Combatentes integrou mais uma etapa da Rota pela Coesão e Valorização das Pessoas, que esta semana percorre vários concelhos do distrito de Lisboa.
No decorrer de uma jornada muito intensa, José Luís Carneiro visitou também residências universitárias do ISCTE, em Odivelas, a obra de habitação do Cerrado da Mira, na Amadora, os Bombeiros de São Pedro de Sintra, a Santa Casa da Misericórdia de Cascais, o Centro de Apoio Social do Pisão e a Adega Cooperativa da Azueira.
Em Odivelas e na Amadora, o líder socialista salientou a importância de respostas de habitação apoiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e pelas Estratégias Locais de Habitação criadas pelos anteriores executivos do PS.
Estas iniciativas — dirigidas a jovens estudantes e a famílias em situação de vulnerabilidade habitacional — traduzem, afirmou, “um compromisso inabalável do PS para que nenhum jovem precise de abandonar os estudos por falta de alojamento, e nenhuma família perca a possibilidade de viver com dignidade por falta de respostas públicas”.
Outra paragem da rota ocorreu no ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade, referência nacional na formação e certificação técnica –, local onde José Luís Carneiro voltou a sublinhar que “a economia moderna precisa de talento qualificado” e que a aposta na formação especializada é “um pilar estruturante do desenvolvimento do país, essencial para competir no mundo e criar oportunidades para os jovens”.
Cuidar é estar presente
Numa visita aos Bombeiros de São Pedro de Sintra, o líder socialista destacou também a “coragem quotidiana” dos profissionais que arriscam a vida para salvar outras.
“O PS valoriza os que protegem hoje e os que protegeram sempre. Serviço ao país é memória, ação e compromisso”, afirmou.
Na Santa Casa da Misericórdia de Cascais, encontrou um “exemplo concreto do impacto transformador do investimento social”, cujo trabalho diário junto de idosos, famílias e pessoas vulneráveis reflete “um pilar essencial da coesão social”.
Concluindo o balanço deste primeiro dia pelo distrito de Lisboa, José Luís Carneiro reiterou que a ação política do PS assenta numa presença efetiva “onde as pessoas mais precisam” e que passa também pela defesa dos combatentes, o reforço da habitação, a qualificação profissional, a proteção social e o apoio às instituições que cuidam das comunidades.
Todas estas são, finalizou, “expressões de um mesmo compromisso do PS, o de construir um país mais coeso, mais justo e que honra aqueles que o serviram”.
