O nosso diálogo é com os cidadãos

Na ocasião, António Costa disse perceber “que a coligação de direita queira discutir ‘fait-divers’ para não discutir a realidade de Portugal, que é o enorme retrocesso que tivemos na economia”, lembrando que os problemas passam não só pelo recuo económico, “mas também pelo aumento do desemprego e pela dificuldade que o país está a ter em conseguir acompanhar a Europa que hoje está a crescer bastante mais do que nós”.

Neste sentido, o líder socialista sublinhou que o PS está preocupado com os níveis de crescimento em Portugal, que são metade dos da Grécia em período homólogo idêntico ao daquele país e, por isso, “há que falar no que são os problemas concretos das pessoas”.

“Tudo o resto é folclore da política”, vincou, para de seguida defender que “a melhor forma de governar é estarmos próximos das pessoas” para “perceber que para além da economia das estatísticas, há a economia do dia-a-dia, e tem a ver com a vida das pessoas”.

“O nosso diálogo é com os cidadãos”, clarificou, insistindo em que a preocupação central do PS é “ter respostas para problemas concretos”.

A propósito, insistiu ser preciso valorizar os pequenos e médios empresários e baixar o IVA da restauração, “uma atividade importantíssima para relançar a economia”.

Sobre se o PS aceita os debates televisivos com os dois líderes da coligação, António Costa referiu que “o doutor Portas desistiu de concorrer sozinho e a direita entendeu que precisava de fazer uma frente para tentar travar a vitória do Partido Socialista. Agora queriam dois em um”.

E exemplificou: “É como haver uma equipa de futebol em que uma joga com onze jogadores e a outra joga com 22, e não é assim”.

Insistiu, assim, na necessidade de centrar a campanha “nos problemas das pessoas, da economia”.

“Ajudemos e estimulemos os pequenos empresários que tanto estão a fazer para que a economia possa efetivamente virar a página”, apelou, lamentando que haja “uma direita iluminada que acha que Portugal só vai crescer com base nas exportações da grande tecnologia”.

“Mas a verdadeira economia são as pequenas e médias empresas que dependem do rendimento que as famílias têm para ir às compras”, contrapôs, apontando para a importância central de procurar o aumento do rendimento das famílias, isto porque, clarificou, “é uma forma de relançar e estimular a economia”.

A concluir disse: “Se continuarmos paralisados como temos estado, não damos a volta. Temos de dar a volta, é preciso”.