Ao intervir na abertura da sessão ‘Economia em Transformação’ que decorreu ontem, em Lisboa, na sede nacional do PS, no âmbito da atualização do Programa Eleitoral em curso, o Secretário-Geral socialista destacou a necessidade de transformar a economia portuguesa numa economia “mais sofisticada, mais complexa, capaz de produzir maior valor acrescentado”.
E explicou que esta transformação é “uma das vias mais importantes para que seja possível pagar melhores salários aos portugueses”.
“Esse é mesmo o nosso principal objetivo, conseguir que o povo português viva melhor, que as nossas empresas consigam produzir maior valor, mas que os nossos trabalhadores também possam ter melhores salários”, enfatizou.
Numa intervenção em que voltou a criticar o executivo PSD/CDS por não ter uma estratégia para a economia portuguesa, o líder socialista lamentou a incapacidade para apresentar ideais ao país que a equipa de Luís Montenegro tem evidenciado ao longo da atual legislatura.
“Levam quase um ano de Governo e eu tenho dificuldade em perceber o que é que o primeiro-ministro e outros governantes querem para a economia portuguesa”, lamentou, reafirmando que o maior desafio dos socialistas passa por conseguir “desenhar uma estratégia que permita a transformação mais acelerada da economia”.
Neste ponto, e a propósito da ideia que vem defendendo desde julho passado, para que seja elaborado um novo ‘relatório Porter’, Pedro Nuno Santos fez questão de deixar claro que, com isto, os socialistas não estão a querer que bons projetos empresariais sejam deixados sem apoios, independentemente da área em que operem.
Seletividade nos incentivos e atenção a potencialidades regionais
“A ideia é conseguirmos ser mais focados no apoio que damos”, pontualizou, sustentando, mais uma vez, a necessidade de o país implementar a seletividade do sistema de incentivos à economia porque “não tem uma capacidade orçamental e financeira infinita”.
O Secretário-Geral vincou assim a importância de desenvolver e otimizar a “capacidade” de usar “de forma inteligente” os recursos públicos que estão sob a responsabilidade do Governo português, lançando depois o debate em torno da premissa de que a estratégia para a economia “precisa de ter em atenção as especificidades e o potencial de cada região”.
“Não é um Governo nem um ministro num gabinete que decide sozinho as áreas a apoiar”, observou.
Perante um painel de especialistas que contou com a participação da antiga comissária europeia Elisa Ferreira, Pedro Nuno Santos referiu ainda que o país precisa de “uma perspetiva estratégica, sustentável e centrada no desenvolvimento”.
“O PS está a construir uma visão de futuro para preparar Portugal para os desafios de amanhã”, assegurou.