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PS pede para não se “diabolizar” uma das mais valias do Alentejo

PS pede para não se “diabolizar” uma das mais valias do Alentejo

O deputado do PS Norberto Patinho alertou hoje, no Parlamento, que não se pode afirmar que o olival “implica um enorme gasto de água”, quando está comprovado que está entre as culturas de regadio menos exigentes em água. O parlamentar, que falava durante um debate de urgência, pedido pelo PEV, sobre as culturas agrícolas intensivas e super intensivas, solicitou, por isso, “responsabilidade” a todas as bancadas.

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PS pede para não se “diabolizar” uma das mais valias do Alentejo

O socialista começou por frisar que “o regadio tem sido uma das respostas mais positivas na luta travada pela coesão territorial e pelo desenvolvimento do interior, criando condições favoráveis à fixação de pessoas e assegurando uma nova vitalidade e uma prosperidade sustentável”.

“17 anos depois do encerramento das comportas e do início do enchimento da albufeira, a Barragem do Alqueva vê hoje confirmada a sua principal função de reserva estratégica de água, e tem sido nos períodos de seca que o Alqueva tem mostrado a sua principal virtude”, congratulou-se.

Ora, “em paralelo com os bons resultados atingidos, tem-se criado em torno das culturas do regadio e, em particular, do olival um alarmismo injustificado e não comprovado que coloca em causa o contributo que esta nova realidade tem dado à dinamização da agricultura e ao desenvolvimento da região, e também no combate às alterações climáticas”, alertou o parlamentar.

Norberto Patinho frisou que o olival ocupa apenas menos de 1,5% da área do Alentejo. “É verdade que, num quadro de aumento substancial da área de regadio, houve alterações da paisagem agrícola, mas é uma realidade inquestionável que esta mudança foi determinante na fixação das pessoas no território”, garantiu.

Segundo o socialista, é só “comparar o desemprego na região há dez anos e agora. Os jovens com formação que saíram do Alentejo estão a regressar”.

“Impõe-se responsabilidade na informação que se passa”

Por isso, Norberto Patinho pediu a todas as bancadas “responsabilidade na informação que se passa”, sublinhando que a informação precisa de ser comprovada.

“Não podemos afirmar que o olival implica um enorme gasto de água, quando está comprovado que o olival está entre as culturas de regadio menos exigentes em água”, mencionou.

O parlamentar do PS recordou que “houve claramente uma mudança de paradigma na agricultura alentejana: mais tecnologia; maior profissionalização; diversificação de produtos; interação com o sector da indústria agroalimentar; produção para os mercados externos”.

Norberto Patinho chegou mesmo a anunciar que o Grupo Parlamentar do PS tem conhecimento “que uma avaliação dos possíveis efeitos ambientais da cultura do olival de regadio realizada por técnicos do Ministério da Agricultura concluiu que o olival intensivo não promove mais pressões ambientais do que outras culturas regadas com expressão determinante no Alentejo”.

“O olival é uma das nossas mais valias e não o devemos diabolizar”, referiu.

Cultura do olival traz desenvolvimento económico ao Alentejo

Também o deputado do PS Pedro do Carmo defendeu que não se pode fazer “uma diabolização sobre este tipo de agricultura moderna com base em meras perceções”.

E explicou a todos os grupos parlamentares que as culturas do milho, tomate, vinho, uva de mesa, melão, beterraba e trigo utilizam mais água que o olival. Para além disso, esta cultura cria emprego, “fixa a população jovem e qualificada neste território do interior”.

Segundo Pedro do Carmo, este tipo de cultura traz desenvolvimento económico à região, sendo que o “Baixo Alentejo é hoje uma das regiões do país que mais contribui para as nossas exportações”.