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PS não aceita aumento da TSU para os trabalhadores

PS não aceita aumento da TSU para os trabalhadores

António Costa afirmou, num encontro com militantes e simpatizantes em Bragança, no dia 11, que o PS não aceita um aumento da TSU – Taxa Social Única para os trabalhadores, criticando o primeiro-ministro por insistir na ideia de cortar nos salários, que classificou de “inaceitável”.

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PS não aceita aumento da TSU para os trabalhadores

O líder do PS questionou “o sentido de justiça social e solidariedade” do chefe do Governo PSD/CDS ao vir afirmar, ao fim de quatro anos, que “o grande desgosto que tem e a grande reforma que ainda quer fazer nesta ou na próxima legislatura era voltar a reduzir os custos do trabalho”.

“Será justo voltar a reduzir as contribuições da Taxa Social Única às empresas antes de se reporem os antigos escalões do IRS que introduziram uma enorme distorção e que aumentaram a regressividade do IRS e constituíram um brutal aumento da carga fiscal sobre a classe média?”, referiu António Costa.

Neste contexto, o secretário-geral do PS acusou Passos Coelho de manter um programa “inaceitável e injusto”, que “mostra que não aprendeu a lição, nem quer mudar o rumo, nem é capaz de fazer diferente”, acrescentando que a estratégia de desenvolvimento do país não pode assentar num corte de salários, mas sim, e unicamente, “numa estratégia de qualificação, investimento na educação, na formação profissional, na inovação técnica, na modernização e internacionalização das empresas”.

Governo paralisou CPCJ

Por outro lado, António Costa acusou o Governo de ter paralisado as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) com a retirada de técnicos enviados para requalificação na Segurança Social.

Segundo o líder socialista, o que o Governo fez ao enviar mais de 600 funcionários da Segurança Social para a lista da requalificação “foi retirar a estas comissões os técnicos que eram essenciais para o seu funcionamento”, numa altura em que as situações de crianças e jovens em risco têm vindo a aumentar no país.

António Costa lembrou que “o sector etário mais atingido pelo aumento da pobreza foram as crianças”, com 31% dos menores de 18 anos numa situação de risco de pobreza em Portugal.

País não pode perder os mais qualificados

Entretanto, num encontro em Viseu com militantes e simpatizantes, no dia 12, o secretário-geral do PS acusou o Governo da direita de ter fracassado nos seus objetivos nos últimos quatro anos, reafirmando que a modernização e o desenvolvimento do país estão dependentes da fixação dos jovens qualificados.

António Costa reafirmou que “o país não se moderniza perdendo os seus melhores, o país não se desenvolve perdendo os mais qualificados. O país só se desenvolve se conseguir fixar esse capital humano, esse saber, esse conhecimento, resultado do investimento do Estado, das autarquias e, sobretudo, das famílias”.

Lembrando que grande parte dos que hoje emigram são jovens e qualificados, o líder do PS explicou que “não emigraram todos por falta de emprego: muitos emigraram mesmo tendo emprego, ou melhor, mesmo tendo ocupação, mas o que lhes era oferecido era a precariedade, salários indignos e condições indignas”.

Na sua intervenção, o líder do PS fez um balanço negativo dos resultados obtidos pelo atual Governo com a sua receita de austeridade expansionista. 

“Não temos hoje melhores finanças públicas, nem temos hoje melhor economia com mais crescimento e mais emprego, nem melhores condições de vida”, disse, acrescentando que “a conclusão a que temos de chegar, no final destes quatro anos, é de que falharam na gestão da dívida, falharam na economia, não aprenderam a lição e não querem mudar: não querem seguir outro rumo e, pelo contrário, mantêm um radicalismo ideológico que os vai fazer prosseguir o mesmo caminho”. 

Por isso, reiterou, “a única forma é mudar de Governo e mudar de política”.

“O país não se moderniza perdendo os seus melhores, o país não se desenvolve perdendo os mais qualificados”

“Não temos hoje melhores finanças públicas nem melhor economia com mais crescimento e mais emprego, nem melhores condições de vida”