Intervindo na reunião da Comissão Política do PS/Madeira, a última antes do Congresso regional de 12 e 13 de março, Paulo Cafôfo sublinhou, em particular, que a responsabilidade assumida no rescaldo das eleições autárquicas setembro do ano transato, quando anunciou o seu afastamento da liderança dos socialistas madeirenses, assegurando, ao mesmo tempo, o período de transição “pacífica” até às eleições diretas, veio a revelar-se “a estratégia mais acertada”.
O ainda presidente em exercício sublinhou, assim, que a decisão de colocar como prioridade a reorganização e mobilização de todo o partido para as eleições legislativas, foi determinante para “um bom resultado eleitoral”, onde, num momento particularmente desafiante, os socialistas da Madeira mantiveram o número de mandatos e contribuíram para uma vitória robusta de António Costa e do Partido Socialista.
Olhando para os resultados obtidos durante o seu mandato, Paulo Cafôfo faz uma leitura pragmática. “A minha liderança do PS Madeira fez-se num período desafiante da atividade política, sempre em período de pandemia. Atravessou duas eleições em contextos diferentes nas quais aumentámos a votação absoluta em número de votos nas autárquicas, embora não atingindo integralmente os objetivos a que me propus, e mantivemos o número de deputados na República, dividindo os mandatos com os partidos que suportam o governo, que avançaram para este último ato eleitoral coligados, o que representou um acréscimo de dificuldade”, observou, recordando que o PS/Madeira sai reforçado das eleições legislativas, segurando o seu eleitorado e mantendo expetativas positivas para o próximo ciclo eleitoral.
O líder socialista regional reforça que deixa o partido estável e com a serenidade necessária para encarar os próximos desafios e ciclo político: “O PS Madeira está com a casa arrumada, com critério, organizado e mobilizado”.
Em jeito de balanço, Paulo Cafôfo recupera que, no âmbito do exercício das suas funções e competências, sempre promoveu o diálogo interno e a coesão de todos em torno “da causa maior que é o Partido Socialista e os nossos ideais”.
“E se fui eleito na mais expressiva e consensual votação de que há memória no partido, acredito também que essa expressão e consenso sobre o meu mandato que agora está prestes a terminar se mantém inalterado, porque sempre dei de mim tudo para que o partido siga um rumo de crescimento e afirmação como alternativa de governo para a Madeira”, referiu.
Reconhecimento da validade da governação do PS
Olhando ainda para o resultado nacional saído das eleições legislativas, Paulo Cafôfo sublinhou a evidência de “os portugueses na sua grande maioria terem validado a governação socialista e confiarem em mais quatro anos de governo. O que é demonstrativo da validade da governação do PS, que o PS faz bem ao país e por tal tem o reconhecimento dos portugueses”.
O líder socialista madeirense sublinha que esta maioria absoluta acontece “num período complexo e depois de seis anos de governo minoritário, sendo habitual algum desgaste governativo, ainda para mais perante os dois últimos anos preenchidos com a maior crise sanitária, económica e social em mais de um século, o que atesta o enorme valor do projeto do PS e do nosso primeiro-ministro António Costa”.
Por outro lado, Paulo Cafôfo referiu-se ainda ao seu futuro papel no partido. “Nunca houve um tabu, sempre fui claro para todos os madeirenses e militantes que não me iria recandidatar à liderança. É uma página que viro na minha vida política, mas tal não implica que não me mantenha presente, que não me mantenha ativo ou interventivo”, disse.
Paulo Cafôfo assegura que o objetivo de ver o PS a liderar um governo na Região será sempre “um objetivo de vida para mim, porque acredito na validade da nossa política e no contributo que o partido pode dar agora e no futuro para o desenvolvimento da Madeira, para a melhoria da vida de milhares de madeirenses e porto-santenses meus conterrâneos”. “É isso que me move e desse propósito nunca me desviarei”, sublinha.