PS exige apuramento de responsabilidades
Num debate parlamentar requerido pelo PCP sobre “a política de privatizações e o prejuízo do interesse nacional”, o deputado começou por citar o recente relatório do Tribunal de Contas sobre a privatização da REN e da EDP que veio confirmar as dúvidas levantadas na altura pelo PS sobre a falta de transparência na subcontratação da Perella, empresa com fortes ligações a personalidades do PSD, como intermediária nos processos de privatização daquelas empresas.
“Afinal, veio agora o Tribunal de Contas confirmar os receios do PS e desmentir cabalmente o Governo, salientando ainda a existência de conflitos de interesses. O Tribunal de Contas di-lo com todas as letras: todo este obscuro processo traduziu-se em elevados prejuízos para o Estado”, afirmou.
Também a “pressa absurda dos processos de privatização da TAP e dos sistemas de transportes urbanos de Lisboa e do Porto” foi criticada pelo vice-presidente da bancada do PS, garantindo que o país “merece, e vai saber, com exatidão todos os detalhes destes processos”.
Marcos Perestrello apontou ainda os casos de instrumentalização do Estado na reabertura de embaixadas e abertura de novas missões diplomáticas para colocação de membros ligados ao executivo, os pedidos de análise ao programa eleitoral do PS por dirigentes da administração pública feitos pelos ministérios da Justiça e da Economia e os estudos encomendados a autores do programa eleitoral da coligação PSD/CDS.
“O Primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, é responsável pela imoralidade a que estamos a assistir, em termos de partidarização do Estado; clientelismo; favoritismo; falta de transparência; e utilização da máquina do Estado ao serviço do PSD e do CDS”, acusou.
“O Governo transformou o Estado na verdadeira direção de campanha da coligação. Desistiu de governar o país e já só trata de se governar a si próprio. O PS exige esclarecimentos públicos sobre o apuramento de responsabilidades e sobre medidas concretas para acabar com este clientelismo, que não pode deixar de minar a confiança dos cidadãos nas suas instituições, e garantir a independência do Estado face aos aparelhos do PSD e do CDS”, afirmou ainda Marcos Perestrello.