home

PS exige apuramento da verdade e de responsabilidades e repudia insultos “inaceitáveis”

PS exige apuramento da verdade e de responsabilidades e repudia insultos “inaceitáveis”

Com o país ainda a recuperar do choque da tragédia no Elevador da Glória, o Partido Socialista reitera a exigência de respeito pelas vítimas e pelas instituições, com o Secretário-Geral do PS a assinalar que o tempo da responsabilização política chegará em outubro, deplorando as recentes declarações de Carlos Moedas que optou por insultar socialistas de forma “inaceitável”.

Publicado por:

Acção socialista

Ação Socialista

Órgão Nacional de Imprensa

O «Ação Socialista» é o jornal oficial do Partido Socialista, cuja direção responde perante a Comissão Nacional. Criado em 30 de novembro de 1978, ...

Ver mais

Notícia publicada por:

José Luís Carneiro falava, ontem à noite, à agência Lusa, numa ocasião em que não só reiterou a reivindicação do PS pela observância de respeito institucional após a tragédia do Elevador da Glória, que provocou 16 mortos e mais de duas dezenas de feridos, mas reiterou igualmente a necessidade de um exaustivo apuramento da verdade e das responsabilidades, criticando fortemente a postura do presidente da Câmara de Lisboa, a quem acusou de estar a tentar “fugir para a frente” em vez de prestar as devidas explicações.

O líder socialista, visivelmente incomodado com o tom da entrevista dada por Carlos Moedas à SIC, afirmou ter ficado “totalmente surpreendido” com o facto de, “perante uma tragédia desta natureza e tendo o Partido Socialista assumido uma atitude de tão grande responsabilidade”, Carlos Moedas ter optado por “uma fuga para a frente”, que passou por insultar Alexandra Leitão, Pedro Nuno Santos e Eurico Brilhante Dias.

O Secretário-Geral do PS condenou ainda o facto de Moedas ter “utilizando expressões absolutamente inaceitáveis e até ousar ofender a memória de Jorge Coelho”, uma atitude que, enfatizou, “nenhuma circunstância política pode justificar”.

“Não é com o recurso a esta linguagem que o engenheiro Carlos Moedas poderá ultrapassar o erro que cometeu quando, há quatro anos, exigiu a demissão de Fernando Medina”, apontou o líder socialista, avisando que, perante a tragédia que abalou a capital, “não vale tudo” e que “o mínimo que se exige é respeito pelos adversários políticos e pelas vítimas”.

Também Alexandra Leitão, cabeça de lista pela coligação PS/Livre/BE/PAN à autarquia de Lisboa, reagiu de forma assertiva.

Num comentário difundido nas redes sociais, acusou Moedas de ter feito “um exercício de desculpabilização pouco digno de um responsável político”.

“Quem o ouça acha que a primeira vítima do trágico acidente no elevador da Glória foi ele próprio. Não foi. Foram os mortos, os feridos e as suas famílias”, frisou a candidata socialista, fazendo ainda notar que a entrevista de Carlos Moedas não trouxe “respostas, soluções, nem uma única medida que ajude as vítimas ou que restaure a confiança dos lisboetas nas infraestruturas da cidade”.

Escrutínio político será feito nas eleições

Questionado sobre a eventual demissão do autarca lisboeta, José Luís Carneiro deixou claro que o julgamento político de Carlos Moedas terá lugar nas eleições autárquicas de 12 de outubro.

“Naturalmente que o escrutínio tem de ser feito. A partir de agora, em sede de vereação municipal e também pela candidata à Câmara Municipal, Alexandra Leitão. Mas é um escrutínio que vai ser feito no dia 12 de outubro. Esse é mesmo o grande escrutínio político”, afirmou.

A este propósito, o Secretário-Geral do PS ressalvou, contudo, que outros escrutínios – de natureza civil e criminal – decorrerão paralelamente, conduzidos pelas entidades competentes e pelo Ministério Público, cujas conclusões deverão ser aguardadas.

De seguida, o líder socialista assinalou a atitude de responsabilidade assumida pelos partidos nacionais, em particular do PS, que respeitaram o luto da cidade e das famílias atingidas pela tragédia.

“Foi de grande responsabilidade os partidos políticos respeitarem esse luto”, saudou, acrescentando que “há um tempo para recolhimento, mas também tem de haver um tempo para apurar responsabilidades”.

E realçou depois a postura “exemplar” de Alexandra Leitão neste processo, considerando que a candidata do PS à Câmara Municipal de Lisboa demonstrou “um grande sentido de responsabilidade ao respeitar o momento de dor e de luto” e ao assumir que, posteriormente, caber-lhe-ia intensificar o escrutínio político em articulação com os vereadores socialistas.

“Entendo que a doutora Alexandra Leitão tem estado exemplar na gestão deste processo. Primeiro respeitou o luto e depois anunciou que iria desenvolver a sua responsabilidade de escrutínio político em articulação com os seus colegas na Câmara, que é o local próprio onde se exige a prestação de contas de um presidente municipal”, rematou.

ARTIGOS RELACIONADOS