Começando por dirigir uma palavra de boas-vindas aos novos militantes do partido, que foram recebidos na sede nacional, em Lisboa, a dirigente socialista Mariana Vieira da Silva lembrou, na ocasião, a “constante vontade de abertura” e de criar uma “cultura de diálogo”, que é uma marca do PS e do legado de António Guterres.
“António Guterres deixa essa marca de abertura, de diálogo, de resposta minuciosa a cada um dos problemas que o país tinha, com detalhe, com metas, com objetivos, com quantificação, algo que era uma rutura com os anos anteriores, esse diálogo, essa abertura e essa ideia de que nos dirigíamos a todos e a cada um dos portugueses”, evocou.
Mariana Vieira da Silva salientou, depois, o “exemplo” emanado para a forma como o Partido Socialista tem, ao longo destes anos, governado quando está no poder.
“Porque o PS contribuiu para a construção, para a modernização e para a inovação do nosso Estado social como nenhum outro partido”, disse, traçando uma linha cronológica que vai desde o lançamento do Rendimento Mínimo Garantido à criação do Complemento Solidário para Idosos e, depois, à criação da Prestação Única de Deficiência.
E sobre uma marca que se destaca de entre tantas, a socialista mencionou a Educação, lembrando que em janeiro próximo serão assinalados os 30 anos do Pacto Educativo para o Futuro, que deu concretização à “paixão pela educação”, e também, em 2027, os 30 anos da aprovação da Lei-Quadro da Educação Pré-Escolar.
Também na saúde, foi no primeiro Governo de Guterres, como lembrou, que se criou a primeira Unidade Local de Saúde, hoje universalizado, destacando ainda um outro elemento fundamental nas políticas do então executivo socialista no combate à pobreza extrema e ao trabalho infantil.
Mariana Vieira da Silva apontou ainda, de entre muitos outros temas do legado da governação socialista, o tema, cuja importância ganha uma particular atualidade, do mercado de trabalho.
“No momento em que o Governo pretende atacar novamente a legislação laboral, baseando-a, mais uma vez, em relações individuais, no enfraquecimento da negociação coletiva e dos sindicatos, e na menor capacidade de protegeremos a vida familiar e a vida pessoal dos cidadãos, foi António Guterres que fixou a semana de trabalho em 40 horas, que lançou o primeiro programa de admissão de trabalhadores que estavam a recibos a verdes no Estado, que lançou o Estatuto de trabalhador-estudante, que lançou o Fundo para os acidentes de trabalho”, lembrou.
“Queria também falar da capacidade de concretização, de que o exemplo máximo é o Alqueva, que representa a ideia de que o país não tem que escolher entre a modernidade e a cultura, entre o futuro e a sua história”, evocou igualmente.
Mariana Vieira da Silva completou a sua intervenção destacando o tema da Ciência, sobre o qual as ideias de António Guterres foram inovadoras, sendo-lhe devida a primeira orgânica de Governo que incluiu o Ministério da Ciência, o programa da Ciência-Viva, a criação da FCT enquanto instrumento de financiamento da ciência, tal como os cientistas a viam e “sem ser imposta por qualquer agenda empresarial, económica ou política”.
“Não é também possível falar de nenhum Governo do Partido Socialista sem falar da Europa e também aqui António Guterres tem uma marca fundamental”, com “uma participação ativa e de quem acredita que constrói a Europa e não apenas obedecer ao que de lá vem”, disse ainda a dirigente socialista.
“Tudo isto só interessa se todos e cada um de nós pensarmos que podemos ter a próxima ideia que vai transformar a realidade no futuro. Esse é o desfio que deixo a todos os novos militantes do PS e a todos aqueles que sabem que é a nós que nos cabe construir esse futuro, um futuro cada vez melhor e que ganhe a confiança dos portugueses”, concluiu.
