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PS estranha empenho diferenciado da direita nos trabalhos da comissão

PS estranha empenho diferenciado da direita nos trabalhos da comissão

O PS estranha que a bancada do PSD use um tratamento “diferenciado” entre o ex-governador do Banco de Portugal Vítor Constâncio e o atual titular deste cargo, Carlos Costa, não requerendo que o ex-ministro Vítor Gaspar responda presencialmente no Parlamento.

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PS exige ao PSD contenção e pudor sobre o sector financeiro

Numa carta dirigida ao presidente da comissão parlamentar de inquérito ao processo de resolução do Banif, Vítor Constâncio alegou não poder participar nos trabalhos da comissão por o BCE responder perante o Parlamento Europeu e não perante parlamentos nacionais – posição duramente criticada pelo PSD e pelo CDS.

Aos jornalistas, o deputado do PS João Galamba disse que essa regra do BCE invocada por Vítor Constâncio é “uma limitação muito significativa ao escrutínio democrático”.

“Opomo-nos a essa regra, mas entendemos que não há uma recusa de Vítor Constâncio em relação a nada. Há apenas a vinculação de Vítor Constâncio, bem como todos os funcionários do BCE, a uma norma que criticamos”, sustentou.

Neste sentido, Galamba garantiu que o PS fará o possível do ponto de vista político “para tentar alterar essa regra, através de uma sensibilização do BCE” e que as perguntas serão colocadas por via dos eurodeputados socialistas.

Depois, criticou a atuação do PSD na comissão de inquérito parlamentar sobre o Banif, explicando que, no caso de Vítor Constâncio, os socialistas não confundem “impedimentos institucionais com recusas pessoais”.

“Estranhamos a atual histeria do PSD, porque essa histeria não se verificou no caso BES (Banco Espírito Santo), e estranhamos também que o PSD seja tão mais exigente com um ex-governador [Constâncio] do que é com o atual [Carlos Costa]. Vítor Constâncio não teve intervenção [no caso Banif], a não ser como ‘vice’ do BCE na questão do estatuto de contraparte”, pontualizou o deputado do PS.

E afirmou também estranhar que o PSD não mostre empenho em ouvir presencialmente o ex-ministro das Finanças Vítor Gaspar, porque, “esse sim, teve intervenção ativa em todo este processo, porque assinou e autorizou a entrada de 1100 milhões de euros – dinheiros públicos – no Banif”.

“Não consta que a instituição para a qual trabalha impeça Vítor Gaspar de participar em inquéritos nacionais. Essa regra existe no BCE mas não no FMI (Fundo Monetário Internacional)”, recordou, para de seguida sublinhar que “ não há nenhuma razão para Vítor Gaspar responder por escrito”.

Para João Galamba, ao longo da comissão de inquérito sobre o Banif, o PSD “tem estado entretido com chicanas políticas e tem-se entregado afincadamente à sua descredibilização”.