PS está preparado para “continuar o trabalho” que garantiu estabilidade ao país
Falando aos jornalistas em conferência de imprensa, o dirigente socialista Duarte Cordeiro, que integrou a delegação do PS na ronda de contactos com BE, PCP, PEV, LIVRE e PAN, considerou ainda ser “exagerado” estar a decretar desde já o fim da solução política que ficou conhecida por ‘geringonça’, destacando, pelo contrário, a vontade assumida em contribuir para a estabilidade política do país.
O dirigente socialista referia-se à posição assumida publicamente pela líder do BE, Catarina Martins, atribuindo ao PS a decisão de não querer prosseguir “com o modelo da geringonça” e de ter cedido a compromissos em matéria de legislação laboral.
Alegações que o dirigente socialista desmontou, negando que haja um qualquer acordo entre PS e as entidades patronais sobre uma matéria que, ainda recentemente, foi alvo de alteração, não deixando, por outro lado, de lembrar que nada impede que possa haver uma clara e reassumida “continuidade de trabalho” do futuro Governo socialista com os partidos de esquerda, reafirmando as palavras do Secretário-geral, António Costa, de que a não assinatura de um acordo escrito de legislatura não significa que a “geringonça tenha morrido”.
Para o dirigente do PS, trata-se de uma reação manifestamente “exagerada” da parte da coordenadora do BE, preferindo sublinhar o que resulta de positivo das palavras de Catarina Martins, quando manifestou interesse em continuar a contribuir para a estabilidade política do país, o que, como sublinhou, não deixa de ser um ponto importante a realçar.
Prosseguir com metodologia que provou funcionar
Para Duarte Cordeiro, existe por parte do PS a convicção de que é possível “prosseguir uma metodologia de trabalho em tudo semelhante àquela que funcionou nesta legislatura”, com todos os partidos da esquerda e agora também com o PAN, designadamente, através da “análise prévia conjunta de propostas de Orçamento do Estado” e de todo um conjunto de outros documentos “considerados fundamentais” para a estabilidade e para o funcionamento do Governo, acordos que serão agora possíveis, como referiu, através de um trabalho “regular de matéria a matéria”.
Finalmente, no que respeita à divergência entre PS e BE sobre a atual legislação laboral, “divergência absolutamente conhecida entre os dois partidos”, Duarte Cordeiro lembrou que para os socialistas a prioridade para a nova legislatura passa por um novo modelo de aumento de rendimentos e de salários.