PS encara com perplexidade proposta “grave” e “irresponsável” da direita
Carlos César garantiu que o PS votará sempre contra a constituição de uma Comissão de Inquérito à Caixa Geral de Depósitos, caso o PSD não avance com uma proposta de “agendamento potestativo”, o que a tornaria obrigatória.
Para o também líder da bancada do PS, o anúncio de que a direita quer avançar com uma comissão de inquérito ao banco público, numa altura, como sublinhou, em que “corre um processo de reestruturação e de recapitalização” da CGD, constitui uma atitude “grave”, lamentando que um banco com a dimensão e as responsabilidades que a Caixa tem no mercado, possa agora ser sujeita a “uma devassa pública”.
Segundo Carlos César, caso a comissão de inquérito proposta pela direita vá mesmo em frente, o banco público, segundo o líder parlamentar socialista, ficará aberto ao “voyeurismo” dos outros bancos nacionais e estrangeiros, o que para o PS, defendeu, constitui uma “perplexidade e uma enorme irresponsabilidade”.
Defendendo que tal comissão “não beneficiaria” uma instituição que é central para o sistema bancário português e que a sua exposição pública seria “indevida nesta fase”, Carlos Cesar não deixou contudo de garantir que, pela parte do grupo parlamentar do PS, o processo de reestruturação e recapitalização da Caixa “não deixará de ser debatido no âmbito parlamentar”.
É triste e absolutamente lamentável, disse ainda Carlos César, que o PSD insista numa postura política que consiste em fazer o que “só sabe fazer”, que é “destruir tudo quanto encontra pela frente”.
Processo de recapitalização quase concluído
Também o primeiro-ministro se referiu no Parlamento à necessidade de recapitalização da CGD, garantindo que o processo “está quase concluído” com a União Europeia, afirmando ser essencial para o sistema financeiro português que o país consiga “preservar um grande banco público”, o que para António Costa só se consegue com uma “Caixa Geral de Depósitos 100% pública e devidamente recapitalizada”.
Para o primeiro-ministro uma coisa é a necessidade de reforço de capital para cumprir normas regulatórias, outra matéria distinta é o programa de reestruturação, lembrando que a Caixa deve ter um balanço devidamente reestruturado “para poder gerir com calma ativos que não são imediatamente valorizáveis”.
António Costa garantiu ainda que grande parte das dúvidas que existiam em Bruxelas relativas à CGD “estão praticamente ultrapassadas”, havendo agora caminho, como salientou, para se poder olhar com otimismo o futuro do banco público”.