Numa viagem de comboio pela Linha de Sintra com forte carga simbólica, José Luís Carneiro manifestou total oposição contra o retrocesso que o Governo da AD quer impor na agenda do trabalho digno.
Acompanhado por vários candidatos autárquicos socialistas, o líder do PS acusou o executivo chefiado por Luís Montenegro de estar a preparar-se para “lançar milhares de trabalhadores para a informalidade” e de querer “andar para trás” nos direitos laborais
Reafirmando que só uma governação comprometida com a justiça social garante dignidade e proteção a quem sustenta, com esforço diário, o funcionamento do país, o líder socialista fez um percurso que mais de 130 mil trabalhadores repetem todas as madrugadas, ouvindo as preocupações dos passageiros.
Depois, lançou um claro aviso contra a política laboral da atual governação de direita, que, insistiu, é desumana.
Junto Ana Mendes Godinho, cabeça de lista da coligação PS/Livre à Câmara de Sintra, e de outros candidatos autárquicos na Grande Lisboa –, como Ana Sofia Antunes (Oeiras) e Vítor Ferreira (Amadora) – o líder do PS fez da viagem de 40 minutos um momento de contacto direto com pessoas cujo trabalho assegura funções essenciais, como a limpeza, na capital do país.
Na deslocação em que também participou João Soares, antigo edil socialista na autarquia lisboeta, José Luís Carneiro explicou que o percurso realizado pela linha ferroviária de Sintra tem como objetivo central promover a discussão em torno da agenda para o trabalho digno.
Neste sentido, salientou que “milhares de pessoas, que trabalham nas limpezas para garantir uma sociedade que funciona,” encontram hoje nos direitos laborais conquistados a sua principal proteção.
De seguida, denunciou a tentativa deliberada do Governo de impor um retrocesso na agenda para o trabalho digno, “lançando na informalidade milhares de trabalhadores que têm nela a salvaguarda da sua dignidade”.
Perante os jornalistas que acompanharam a comitiva do PS, o líder socialista sublinhou que “Portugal, como país decente e como sociedade decente, tem o dever de se levantar e colocar esses temas na agenda mediática, porque isso é aquilo que interessa à vida das pessoas”.
Chegado ao Rossio, e recebido por Alexandra Leitão, candidata à Câmara de Lisboa, o Secretário-Geral reafirmou que a ação do PS pretende dar voz a quem enfrenta “vidas muito difíceis”.
“É inaceitável andar com os direitos laborais para trás”, afirmou, categórico, condenando “qualquer tentativa de enfraquecer a legislação laboral”.
PS exige esclarecimentos sobre subconcessões do serviço da CP
Na ocasião, José Luís Carneiro aproveitou também para manifestar preocupação pela anunciada intenção do executivo da AD de avançar com subconcessões do serviço da CP, exigindo explicações claras do ministro das Infraestruturas.
“Nunca houve um investimento tão significativo como houve nos governos do Partido Socialista, nomeadamente no transporte ferroviário”, lembrou, avisando que o PS acompanhará de perto o processo na Assembleia da República.
Assumindo que este é um “tema que preocupa” o PS, recordou que a linha de Sintra “é uma das mais importantes da área metropolitana”, tendo sido “reforçada” e “capacitada” durante a gestão socialista anterior, havendo agora novas soluções concretas para mobilizar a resposta aos cidadãos.
Destacou assim a proposta socialista de “metropolização” da Linha de Sintra, apresentada por Ana Mendes Godinho, vincando a importância de garantir “maior regularidade de serviços, com comboios de 15 em 15 minutos, à semelhança do que acontece em Paris”.
“Isso passa por um compromisso do Estado para que esta linha, que serve toda a Área Metropolitana de Lisboa, possa ter uma lógica de metropolitano, com maior regularidade e uma resposta mais qualificada”, concluiu.