PS denuncia demagogia do CDS no debate sobre natalidade
No debate parlamentar sobre natalidade, agendado a pedido do CDS, a deputada socialista Sónia Fertuzinhos questionou a bancada do partido liderado por Assunção Cristas sobre onde estavam até há pouco tempo as propostas que agora avançam.
“Como querem ser levados a sério, quando tentam provar a vossa preocupação com a família e a natalidade no último Governo, dando exemplos de medidas que nunca saíram do papel ou tiveram muito impacto reduzido na vida das famílias”, reforçou a deputada socialista.
Nesta ordem de ideias, acusou o CDS de “fingir e fazer passar candidamente a ideia de que os últimos quatro anos foram absolutamente normais nos níveis de queda da natalidade e se inserem simplesmente na tendência estrutural do declínio da fecundidade”.
E também de apresentar “um diagnóstico parcial pouco rigoroso e errado” porque quer “disfarçar a realidade e as suas responsabilidades”, sendo eu por isso mesmo “falha nas prioridades das medidas que apresenta”.
Assim, Sónia Fertuzinhos disse no Parlamento que o PS tem uma posição clara no debate em torno da natalidade.
“Não apoiamos qualquer pacote de propostas onde esteja ausente a prioridade à estabilidade do emprego e dos rendimentos das famílias em geral, e das jovens famílias em particular”, declarou, acrescentando que os socialistas também não apoiam propostas que ignorem o “envolvimento central e imprescindível dos parceiros sociais”.
Sónia Fertuzinhos terminou a sua intervenção recordando e sublinhando que “O PS tem um programa onde o apoio às famílias e à natalidade é uma prioridade”.
Inverno demográfico
Nesta ordem de ideias, também a deputada do PS Edite Estrela pontualizou que o chamado “inverno demográfico” é “um assunto de grande atualidade e pertinência” que deve ser tratado “com seriedade e não com demagogia e oportunismo”.
“Não se pode dissociar a natalidade da política de rendimentos, como faz o CDS ao tratar o assunto pela rama e furtando-se a ir ao cerne da questão”, avisou Edite Estrela, condenando que, em quatro anos de governo, o CDS nada fizesse e que mal chegando à oposição venha “apregoar urbi et orbi a sua grande preocupação com a baixa taxa de natalidade”.
E acusou o CDS de ter sido “o principal adversário da natalidade”, não só “pelo que não fez e devia ter feito”, mas também “pelo que fez e fez mal”, lembrando que “as famílias portuguesas estão ainda a pagar a fatura dessas políticas”
“Mudar as políticas, virar a página da austeridade, devolver rendimentos às famílias, reduzir o horário de trabalho na função pública para as 35 horas, alargar a rede de creches, garantir o acesso de todos à saúde e à educação, repor os apoios sociais, combater a precariedade e o desemprego é o que o governo do PS, apoiado pela maioria parlamentar de esquerda, está a fazer”, frisou a deputada Edite Estrela, para de seguida concluir que o Executivo socialista “já fez mais em quatro meses para eliminar alguns dos obstáculos à natalidade que o governo PSD/CDS em quatro anos”.