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PS defende que entendimentos alcançam-se com cedências de ambas as partes

PS defende que entendimentos alcançam-se com cedências de ambas as partes

O vice-presidente da bancada socialista João Paulo Correia garantiu hoje que o PS está disponível para continuar a negociar o Orçamento do Estado para 2021, sendo essencial “haver de ambas as partes vontade de negociar para ser possível atingir-se um ponto de entendimento”.

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PS defende que entendimentos alcançam-se com cedências de ambas as partes

“Ao longo deste processo negocial, foi público que o Governo foi cedendo em vários domínios. Do nosso ponto de vista, desde que não se acrescentem todos os dias linhas vermelhas, será importante que o processo negocial decorra com as aproximações que têm sido verificadas nas últimas semanas”, frisou o deputado do PS, no Parlamento, em conferência de imprensa depois de o Governo ter apresentado publicamente a proposta de Orçamento do Estado para 2021.

João Paulo Correia garantiu que uma eventual crise política “só iria atrasar a recuperação do país, prejudicando o combate à pobreza e a criação de emprego, desígnios comuns a todas as forças de esquerda”.

“Acrescentar uma crise política a uma crise social e económica é algo que nenhum português desejará. É bom que os partidos que têm conversado com o Governo – e que vão continuar a dialogar com o PS em sede parlamentar – valorizem todos os avanços que este Orçamento apresenta em várias frentes”, destacou.

Assim, “o PS vai colocar-se do lado de quem vai procurar dialogar, continuando as aproximações necessárias. Mas os avanços não podem ser desperdiçados por razões de agenda partidária”, asseverou.

O vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS deixou depois claro que os entendimentos “alcançam-se com cedências das partes” e que “o processo negocial não está esgotado com a entrega pelo Governo da proposta de Orçamento na Assembleia da República”.

“O interesse nacional tem de imperar” na atual conjuntura de crise mundial, defendeu o socialista.

Compromisso assumido pelo Governo sobre Novo Banco foi cumprido

Recordando que o Orçamento do Estado para 2021 “não empresta um euro ao Fundo de Resolução”, João Paulo Correia sublinhou que vai começar a funcionar em breve uma comissão parlamentar de inquérito para averiguar a gestão no Novo Banco desde 2014.

“No que respeita à exigência feita pelo Bloco de Esquerda em julho passado, o Governo atendeu-a neste Orçamento. Mas há dias o Bloco de Esquerda apresentou uma nova linha vermelha, dizendo que discorda que o Fundo de Resolução peça dinheiro emprestado à banca para cumprir as suas obrigações contratuais”, disse o socialista, que referiu que “não há condições para se acrescentarem novas linhas vermelhas em cima de um processo negocial”.

O vice-presidente da bancada do PS alertou que estas “linhas vermelhas não podem ser colocadas em conta gotas. Portanto, naquilo que diz respeito ao compromisso assumido pelo Governo, ele está completamente cumprido nesta proposta de Orçamento”.

Partidos pró-europeus têm de ser coerentes com o que defendem na UE

João Paulo Correia advertiu ainda os partidos pró-europeus sobre a importância da viabilização do Orçamento, que “tem como objetivo o aproveitamento máximo daquilo que são os fundos europeus para a recuperação económica do país”.

“Fomos todos nós que desejámos e aplaudimos que a Europa ultrapassasse divergências, encontrasse entendimentos e que os líderes europeus tivessem chegado a pontos comuns de acordo para que a União Europeia adotasse as respostas necessárias, quer no prazo, quer na graduação, para a recuperação”, recordou.

Ora, se a Europa “promoveu um entendimento político, aqueles que em Portugal mais exigiram que isso acontecesse, lamentavelmente, no plano nacional, parecem não ter essa perspetiva e acham que em Portugal já se pode acrescentar uma crise política a uma crise económica e social”, disse o socialista, que frisou que “a própria União Europeia deu um grande exemplo no sentido de concluir que uma crise política só iria atrasar a recuperação económica”.