“Este é um dos exemplos do país a que eu aspiro, ou seja, um país em que se estabeleça uma relação profunda entre os centros de investigação e de conhecimento, com os centros de formação e o tecido social, empresarial e o tecido económico”, disse o líder socialista, numa iniciativa que marcou, a par de uma reunião com a direção do Instituto Politécnico, o arranque do segundo dia do roteiro pela Coesão e Valorização que está a realizar no distrito de Setúbal.
“Só com esta articulação e esta cooperação profunda é possível garantirmos uma transformação da nossa base económica, incorporando tecnologia e o conhecimento nessa mesma transformação económica, o que só poderá ser feito se formos capazes de capacitar os recursos humanos, desde recursos que fazem o dia-a-dia das empresas e da economia, até às lideranças intermédias e às lideranças superiores do tecido empresarial”, acrescentou.
O líder socialista, que visitou demoradamente o centro de formação da ATEC, junto á fábrica de automóveis da Volkswagen/Autoeuropa, disse ainda que “gostaria de ver o modelo de formação da ATEC replicado noutros territórios do país”.
“São 450 empresas que estão diariamente, quotidianamente articuladas com a formação de jovens, nas várias áreas do conhecimento, conhecimento aplicado e conhecimento também que inova, porque ele é construído a partir das necessidades das empresas. E é também objeto de uma transferência de conhecimento e partilha de conhecimento à escala europeia e à escala territorial, local e regional”, justificou.
Lembrou, depois, que a competitividade da economia precisa dos exemplos e dos estímulos corretos e diferenciados, em matéria fiscal de IRC, com ênfase no investimento, e não de propostas laborais, como as que o Governo quer apresentar, que “em nada podem contribuir para ganhos de produtividade e para ganhos de competitividade”.
Encontros regionais
José Luís Carneiro adiantou ainda que, depois do Congresso Nacional do partido, tem intenção de promover vários encontros regionais, que pretendem contribuir para a transformação económica que é necessária para o país.
“Temos a intenção de, depois da realização do nosso Congresso Nacional, lançar vários encontros regionais que venham a constituir a base da construção de soluções programáticas, demonstráveis, exequíveis, a partir desta relação entre o conhecimento e o tecido social e o tecido empresarial”, disse.
“A economia nacional pode e deve ser mais produtiva e mais competitiva à escala internacional. Para esse objetivo, nós temos fundamentalmente de apostar na capacitação, numa capacitação aplicada e valorizar a formação profissional., que tem de ser valorizada do ponto de vista social e do ponto de vista cultural. Temos de deixar de lado os preconceitos que há do ponto de vista social em relação à formação profissional”, frisou o líder do PS.