PS cumpriu “medida a medida” com todos os compromissos
Falando depois de uma breve intervenção do presidente da FAUL e secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, o líder socialista garantiu, perante centenas de militantes e simpatizantes, que o Governo que lidera desde finais de 2015 “cumpriu na presente legislatura” com todos os compromissos com que se tinha comprometido com os portugueses, sustentando que a partir de agora “o grau de exigência e de responsabilidade” será ainda muito maior.
De forma mais específica, António Costa fez questão de sublinhar que qualquer que seja a análise feita à governação nesta legislatura, a única conclusão séria a tirar é que o Governo cumpriu nestes quatro anos, “medida a media”, com todos os compromissos que assumiu, quer com “nossos parceiros parlamentares, BE, PCP e PEV, quer com os portugueses quer ainda com a União Europeia”.
Isto permitiu, ainda segundo o líder socialista, derrotar a tese, que muitos então defendiam, de que era necessário fazer uma escolha clara entre permanecer dentro da zona euro ou virar a “página da austeridade”, o que não foi preciso fazer, como lembrou, tendo-se “felizmente virado a página da austeridade”. “E cá estamos na zona euro com muito orgulho”, sublinhou, acrescentando que o cumprimento destes objetivos tem merecido os mais rasgados elogios dos parceiros europeus, que “nos apontam mesmo como um bom exemplo a seguir”.
Quanto à próxima legislatura e caso o PS volte de novo a ser chamado pelos portugueses a assumir responsabilidade governativas, o Secretário-geral socialista, depois de enaltecer o crescimento da economia portuguesa conseguido nos últimos quatro anos, fez questão de alertar que este incremento terá de ser consolidado e de ser um fator indutor para que a economia portuguesa cresça mais e se aproxime “cada vez mais dos países mais desenvolvidos da União Europeia”.
Mais e melhor emprego
O líder socialista falou ainda de emprego para defender que, se hoje temos em Portugal “mais e melhor emprego”, isso responsabiliza o próximo Governo a trabalhar ainda mais e com maior determinação para que haja no país ainda melhor qualidade na oferta de emprego. Um fator que, para António Costa, é determinante para que “não se perca esta nova geração”, que é “mais qualificada, mais bem preparada e que pode contribuir decisivamente para o futuro do país”, com uma economia onde as empresas paguem níveis salariais “bastante superiores àqueles que hoje são praticados”.
Caso contrário, advertiu, Portugal não conseguirá nivelar a sua atratividade com os outros países europeus, agravando irremediavelmente o distanciamento em relação aos restantes países, deixando de poder reduzir os níveis de pobreza e as muitas desigualdades que ainda perduram, deitando por terra os indicadores positivos que foram sendo alcançados nesta legislatura nesta matéria.
António Costa abordou ainda nesta sessão com militantes socialistas algumas das questões que têm vindo a gerar protestos por parte dos cidadãos, como é o caso do tempo de espera para a renovação do cartão de cidadão, o encerramento dos serviços de urgência das maternidades em Lisboa no período de verão e as perturbações sentidas em alguns transportes públicos na região da capital.
Saber resolver os problemas do país
Segundo António Costa, o que se pede a um Governo responsável quando se encontra perante problemas, sejam eles quais forem, “é que os resolva”, garantindo que no caso do cartão de cidadão a resposta encontrada foi “alargar os pontos em que se pode requerer a sua renovação”, ao mesmo tempo que se passou também a poder renovar via ‘online’, isto sem a necessidade de se “atualizarem com periodicidade curta os dados biométricos de cada pessoa”.
No que respeita à Saúde, o líder socialista referiu que o propalado encerramento das urgências das maternidades de Lisboa no período de verão é “assunto ultrapassado”, garantindo que todas “vão funcionar bem e responder às exigências”, enquanto que em relação aos atrasos que se verificam nalguns comboios e ao problemático funcionamento dos barcos da Transtejo, preveniu que “há problemas que vão levar algum tempo para serem resolvidos”, mas que o Governo está empenhado em os resolver tão depressa quanto possível.
A este propósito, António Costa lembrou que o Governo já lançou o concurso para a compra de 22 novas composições para a CP e encomendou dez novos navios para a Transtejo, lembrando que este é um processo demorado, mas que nem comboios nem navios algum dia chegariam se “continuássemos a desinvestir nos transportes públicos”, numa clara referência à estagnação verificada, também no setor dos transportes públicos, durante o anterior Governo de direita.