Apontando sobretudo o dedo ao PSD, o primeiro-ministro e líder socialista não deixou de lado, no rol de críticas que fez ao maior partido da oposição, o facto de só agora estar a defender a baixa do IRS, dando “o dito por não dito”, quando há menos de dois anos defendia a baixa do IRC, deixando a redução do IRS apenas “lá para 2025 ou 2026”, quando as contas públicas “estivessem bem”.
António Costa lembrou, a este propósito, que as contas públicas em Portugal já estão há muito tempo, com o Governo socialista, no bom caminho, como é confirmado por todos os organismos independentes, nacionais e internacionais, insistindo que apenas o PS tem apresentado de forma sustentada e consequente “as soluções e as reformas” de que o país necessita.
O líder socialista lembrou que o Governo já apresentou na Assembleia da República o seu plano de redução do IRS para os próximos anos, deixando a garantia de que a proposta do executivo baixará o IRS até ao final da legislatura “para o dobro do que o PSD agora propõe”.
Ainda de acordo com António Costa, só para se ter uma ideia da inércia em que o PSD mergulhou, basta lembrar que, só em relação a 2023, a proposta do Governo aponta que o IRS a pagar pelas famílias “baixará quase tanto como os 800 milhões de euros que o PSD propõe baixar lá para 2025 ou 2026”, voltando a recordar que o PSD bem pode criticar as propostas económicas do anterior líder Rui Rio, que considera ter retratado “o PSD mau”, porque o “guru económico” do “PSD bom” de Luís Montenegro “é o mesmo economista e atual líder parlamentar Miranda Sarmento”.
Nem sempre, reconheceu ainda o Secretário-geral do PS e também primeiro-ministro, o Governo terá conseguido “fazer tudo e chegado a todos”, como desejaria, o que não impediu, como acrescentou, que não se tivesse cumprido, designadamente, a promessa “da meta do IRS”, também da “queda do desemprego ou da subida do salário médio”, que “subiu 26%”, prometendo que a “trajetória é para continuar”, apesar dos dois anos “muito difíceis” marcados pela pandemia de Covid-19 e por uma crise inflacionistas sem paralelo nas últimas décadas.
Emprego e mais emprego
António Costa voltou a insistir, no jantar que marcou a abertura das jornadas no Funchal, que a prioridade do Governo continua a ser “emprego, emprego e mais emprego”, não deixando de enaltecer por outro lado “os efeitos positivos” do constante aumento do salário mínimo e da aposta no crescimento da economia.
Quanto às eleições legislativas regionais, que terão lugar na Região Autónoma da Madeira após o verão, o líder socialista admitiu que, uma vez mais, “não serão nada fáceis para o PS”, prometendo, contudo, dar “todo o apoio do partido” ao líder madeirense, Sérgio Gonçalves, e deixando também a garantia de que o Governo da República continuará a cumprir com as promessas feitas ao eleitorado da região, quer em relação aos investimentos, designadamente na saúde, quer no que respeita à construção do novo Hospital.
O Partido Socialista iniciou ontem as suas Jornadas Parlamentares, que decorrem durante dois dias, no Funchal, tendo como pano de fundo a preparação do debate sobre o estado da Nação, em 19 de julho, e as eleições regionais da Madeira.