A iniciativa “Ouvir e Dar Voz”, que pretende reforçar a ligação entre as bases e o debate nacional, decorrerá até 4 de novembro, compreendendo 21 sessões de proximidade por todo o país.
O primeiro encontro acontece já esta sexta-feira, pelas 21h30, no Hotel Vila Galé da cidade bragantina, numa sessão que contará com a participação do Secretário-Geral do PS, José Luís Carneiro. Também dia 24 haverá plenário na Federação do PS/Algarve.
As sessões prosseguem no dia 25, em Vila Real, Leiria e Açores. E no dia 26, é a vez de Bragança, seguindo-se, a 27 de outubro, os plenários da Federação Regional do Oeste (FRO) e da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL).
A iniciativa continua no Porto, a 29 de outubro, e em Santarém, a 30. No dia 31, os plenários acontecem em Viana do Castelo, Coimbra, Guarda e Madeira.
O ciclo prossegue a 3 de novembro, com os encontros em Viseu, Aveiro e Portalegre, encerrando a 4 de novembro, com as sessões em Castelo Branco, Setúbal e Beja, num exercício nacional de participação e debate interno sobre as prioridades orçamentais do país.
A partir destas sessões, o PS espera recolher contributos para preparar a discussão parlamentar do OE2026 e reforçar que, no exercício do poder, faria uma orientação diferente, mais socialmente justa e equilibrada.
No convite dirigido aos socialistas, José Luís Carneiro recorda que, nas recentes eleições autárquicas, “os portugueses expressaram uma confiança renovada no PS para se afirmar como a principal alternativa política em Portugal”.
Sobre o OE, enfatiza uma clara discrepância entre o documento apresentado pelo Governo da AD e o ideal socialista
“Este não é o nosso Orçamento. Um Orçamento de um Governo do PS seria diferente, ao serviço das pessoas. Este Orçamento da AD não tem ambição, não tem visão e revela uma grande insensibilidade social”, sublinha.
Ainda assim, José Luís Carneiro reitera que o PS não se colocará como fator de instabilidade, convocando todos os militantes a “dialogar, discutir e contribuir com ideias sobre este momento político”.
“O Partido Socialista está em movimento. De norte a sul, do litoral ao interior, nas regiões autónomas, em ações de proximidade, vamos continuar a Ouvir e dar Voz a Portugal”, assinala, reiterando que a proposta orçamental da direita para o próximo ano “não tem a ambição que o país precisa” e revela “uma grande insensibilidade social”, contrastando com o que seria um orçamento “ao serviço das pessoas”.
Este não é o Orçamento do PS
Entre as críticas mais incisivas, o líder do PS tem alertando repetidamente para o facto de haver, no documento, “um desequilíbrio que está a encaminhar Portugal de novo para profundas desigualdades”.
Chamando a atenção para o impacto do OE nas pensões mais baixas, o Secretário-Geral tem alertado para o risco de que as pensões mais baixas venham a ter perdas de rendimento, “a não ser que haja capacidade para de novo atribuir um suplemento extraordinário de pensões”, a
O dirigente socialista denuncia ainda que “são os rendimentos das famílias que estão a suportar as opções do Governo”, lembrando que a proposta prevê um aumento da receita de IRS de 5,5 %, ao passo que a de IRC desce 2 %.
O PS também tem questionado a fiabilidade das contas apresentadas pelo executivo chefiado por Luís Montenegro, acusando-o de “empolar receitas e suborçamentar despesas”, sobretudo nas áreas da saúde e dos bens e serviços.
Em diversas ocasiões, o líder do PS tem avisado que o OE “continua a degradar as contas públicas” e, ao mesmo tempo, “não apresenta medidas decisivas de apoio às famílias e às empresas”, deixando claro que o PS exigirá maior rigor e transparência na execução orçamental.
Famílias e mais vulneráveis no centro das prioridades
Em contraposição, José Luís Carneiro tem argumentado em favor de um Orçamento com medidas mais robustas para aliviar o custo de vida, insistindo em que “é nas famílias e nos mais vulneráveis que deve estar o centro da política orçamental”.
Entre as propostas avançadas pelo Partido Socialista destacam-se o aumento permanente das pensões mais baixas, a redução do IVA nos bens alimentares essenciais, a aplicação de receitas extraordinárias — como as provenientes da prescrição de dívidas fiscais ou de excedentes do ISP — ao reforço de políticas sociais, nomeadamente o aumento em 50 % da prestação dos antigos combatentes e a criação de uma taxa liberatória reduzida no IRS para rendimentos complementares dos bombeiros.
O líder do PS tem igualmente exigido ao Governo maior credibilidade nas previsões orçamentais, denunciando “margens ocultas” que poderiam ser canalizadas para medidas de justiça social.
Neste contexto, José Luís Carneiro deixa claro que a “abstenção exigente” dos socialistas na votação geral do OE2026 “é a expressão de uma oposição firme, mas também construtiva e responsável”, deixando claro que o PS não contribuirá “para a instabilidade política”, mas continuará a “defender soluções justas, sustentáveis e socialmente equilibradas para o país”.
Plenários “Ouvir e dar Voz” sobre Orçamento do Estado 2026
Federação Braga – 24 de outubro – 21h30
Federação Algarve – 24 de outubro – 21h30
Federação Vila Real – 25 de outubro – 15h00
Federação Leiria – 25 de outubro – 15h00
Federação Açores – 25 de outubro – 15h00
Federação Bragança – 26 de outubro – 18h00
FRO – 27 de outubro – 21h30
FAUL – 27 de outubro – 21h30
Federação Porto – 29 de outubro – 21h30
Federação Santarém – 30 de outubro – 21h00
Federação Viana do Castelo – 31 de outubro – 21h00
Federação Coimbra – 31 de outubro – 21h00
Federação Guarda – 31 de outubro – 21h30
Federação Madeira – 31 de outubro – 19h00
Federação Viseu – 3 de novembro – 21h00
Federação Aveiro – 3 de novembro – 21h30
Federação Portalegre – 3 de novembro – 21h30
Federação Évora – 3 de novembro – 21h30
Federação Castelo Branco – 4 de novembro – 21h30
Federação Setúbal – 4 de novembro – 21h30
Federação Beja – 4 de novembro – 21h30