A confiança expressa nas urnas pelos eleitores, a recuperação de capitais de distrito históricas e o recuo da extrema-direita no panorama autárquico reforçam, nas palavras de José Luís Carneiro, o papel do PS como força central na construção de soluções políticas estáveis, progressistas e socialmente coesas.
Na noite eleitoral de domingo, o Secretário-Geral destacou, na sede nacional do Largo do Rato, em Lisboa, que “o PS voltou como grande alternativa ao Governo” e “mostrou vitalidade”, assinalando o significado político de um resultado que coloca o partido “taco a taco” com o PSD “no número de câmaras”.
O líder socialista frisou que “aqueles que vaticinavam uma erosão estrutural do Partido Socialista” estavam enganados, lembrando que, “mesmo estando na oposição, o PS mantém praticamente o peso autárquico que o partido do Governo”.
Com um total de 126 câmaras conquistadas com listas próprias e mais duas em coligação, o PS consolidou o seu enraizamento no poder local, detendo autarquias em todos os distritos do continente e nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, ficando apenas a oito câmaras dos sociais-democratas, distanciando-se amplamente das restantes forças políticas e alcançando vitórias emblemáticas e presença em todo o país.
Entre as conquistas mais expressivas, os socialistas surpreenderam ao vencer em Viseu e Bragança, dois bastiões tradicionalmente dominados pelo PSD, e ao recuperar Faro e Coimbra, importantes capitais de distrito, além de terem retirado à CDU a Câmara de Évora.
No total, o PS passa a liderar nove capitais de distrito, metade das existentes no país, praticamente duplicando o número que detinha anteriormente (5).
“É um sinal inequívoco de que entramos num eleitorado mais exigente, que espera dos partidos respostas claras às suas necessidades fundamentais — na habitação, na saúde, nos transportes, na educação, na cultura, na ciência e no conhecimento”, enfatizou José Luís Carneiro, sublinhando que o PS tem sabido “dar corpo às aspirações de progresso e de coesão social das comunidades locais”.
Hegemonia no Algarve e recuo da extrema-direita
O Secretário-Geral do PS destacou igualmente a expressão da vitória socialista no Algarve, onde “o PS fechou com 11 câmaras, o PSD com duas, o Chega com uma, a CDU com uma e os independentes com uma”, o que qualificou como “uma vitória hegemónica do Partido Socialista no Algarve”.
Em contraste, assinalou que a extrema-direita registou um resultado residual, bem abaixo das suas próprias expectativas.
“O Chega, que veio prometer 60 câmaras, está relegado para uma quinta posição, atrás da CDU e até do próprio CDS”, pontualizou, vendo neste desfecho uma resposta clara dos portugueses à política de divisão e confronto.
Dirigindo-se “a todas as portuguesas e a todos os portugueses”, José Luís Carneiro assegurou que podem “contar e confiar no Partido Socialista, nos autarcas e nas autarcas que acabaram de eleger”.
E assegurou que os eleitos do PS “não deixarão de desenvolver uma cultura democrática, de prestação de contas, de transparência e de serviço às comunidades locais”, frisando que “os autarcas são vitais para a recuperação da vida económica, social e empresarial e para a confiança no futuro do país”.
Confiança reforçada e sentido de responsabilidade
Apesar de admitir que “nem todos os objetivos foram alcançados”, o líder do PS referiu sentir “uma confiança reforçada dos portugueses e das portuguesas na liderança do Partido Socialista”.
“Sinto-me francamente bem por ser corresponsável por afirmar o PS como o grande partido alternativo na construção de uma solução política nacional”, afirmou, dirigindo também um agradecimento aos mais de 63 mil candidatos do Partido Socialista.
Sem deixar de referir a dificuldade estrutural da disputa, o Secretário-Geral lembrou que “cerca de 50 presidentes de câmara socialistas estavam em fim de mandato” e que, ainda assim, o partido “conseguiu garantir bem mais de metade das presidências nos municípios onde houve transição”, classificando tal desempenho como “notável”.
Com o lema “Gente de Confiança” projetado no palco do Palácio Praia, e Carlos César ao seu lado, José Luís Carneiro reafirmou que o Partido Socialista se mantém como o grande pilar da estabilidade democrática, da proximidade aos cidadãos e da confiança no futuro de Portugal.
“O nosso compromisso é com o presente e o futuro do país”, disse o líder socialista.