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Protocolo marca “um tempo diferente” de valorização pública dos bens culturais do país

Protocolo marca “um tempo diferente” de valorização pública dos bens culturais do país

O primeiro-ministro, António Costa, presidiu ontem no Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, à cerimónia de assinatura do protocolo, entre o Novo Banco e a Direção Geral do Património Cultural, de cedência àquele museu da pintura a óleo da “Entrada Solene, em Lisboa, do Núncio Apostólico Monsenhor Giorgio Cornaro”, uma obra do século XVIII.

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Protocolo marca “um tempo diferente” de valorização pública dos bens culturais do país

Para além da transmissão para depósito e exposição permanente desta obra datada dos finais do século XVIII, que ficará no Museu Nacional dos Coches, o acordo ontem estabelecido entre o Ministério da Cultura e o Novo Banco passa ainda pela transferência do espólio de fotografias, com origem na coleção do antigo Banco Espírito Santo (BES), para um espaço “fora de Lisboa ou do Porto”, porque “há outras cidades no país”, como justificou o primeiro-ministro, pela vasta coleção de pintura, com cerca de cem quadros do século XVII ao século XX, pela Biblioteca de Estudos Humanísticos, que ficará à guarda da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e, ainda, pela coleção de Numismática.

Um vasto património que até agora estava à guarda daquela instituição bancária. Com a assinatura deste protocolo assinado entre o Estado e o Novo Banco é assumido o compromisso de disponibilizar à fruição pública este imenso património cultural e artístico, através de parcerias com entidades públicas e privadas, designadamente, como foi referido pelo primeiro-ministro, com museus e universidades, quer nacionais quer de âmbito mais local.

Na opinião do primeiro-ministro-ministro, este acordo reflete também, para além de “um sinal de estabilidade do sistema financeiro português”, que existe, de forma clara, uma mudança de “como hoje vivemos um tempo diferente”, regozijando-se com a estratégia seguida pelo Novo Banco, ao ter privilegiado a sua relação, neste caso, com o Ministério da Cultura, mesmo “antes de o fazer com o Ministério das Finanças”.

Descentralização cultural

Para o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, presente na cerimónia, a “palavra de ordem”, também para a cultura, é mais “descentralização”, referindo que, relativamente à coleção de pintura, cada quadro “irá para o museu com que tiver mais afinidade, e em que se enquadre melhor”.

Também o presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho, garantiu nesta cerimónia que este protocolo representa um “primeiro passo” de uma colaboração mais alargada que existirá entre a instituição bancária que dirige e o Ministério da Cultura, revelando que o ex-embaixador norte-americano em Lisboa, Robert Sherman, assumirá a liderança da parte cultural do Novo Banco.