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Propostas da coligação não traduzem uma mudança de política

Propostas da coligação não traduzem uma mudança de política

A proposta apresentada pela coligação PSD/CDS para um entendimento em torno de uma solução de Governo “não traduz um esforço suficiente, nem revela a compreensão do novo quadro parlamentar em que estamos”, afirmou o Secretário-geral do PS, após a segunda reunião com Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, na sede nacional do PS, em Lisboa, que terminou sem qualquer acordo.

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Propostas da coligação não traduzem uma mudança de política

Na ocasião, António Costa referiu ser necessário “um esforço efetivo que traduza uma mudança de política que rompa com a estratégia de austeridade e de empobrecimento” em prol de uma estratégia assente na criação de emprego.

Criticou depois o documento que lhe fora apresentado por Passos Coelho e Paulo Portas, intitulado “Documento facilitador de um compromisso entre a coligação Portugal à Frente e o Partido Socialista para a governabilidade”, e garantiu ter dado durante a reunião mais de “18 exemplos de lacunas graves de que a proposta da direita enferma”.

“Insuficiência também na ausência de fornecimento por parte da coligação PSD/CDS e do Governo de informação indispensável ao suporte financeiro das medidas que apresentaram. Só assim se poderia avaliar a credibilidade do exercício que nos foi apresentado. Infelizmente, não encontramos eco na coligação das críticas que apresentámos”, completou o Secretário-geral do PS.

E adiantou que o PS irá agora, “por escrito, responder ao documento, de forma a que aquilo que expressámos oralmente nesta reunião, aquilo que pudemos transmitir de crítica ao documento apresentado, não caia no vazio”.

António Costa advertiu ainda que “é mau para o país, designadamente mau para a economia, para os investidores e para os portugueses, arrastar um clima de incerteza”, recordando que a Coligação perdeu a maioria que detinha no Parlamento e que precisa de, com humildade, procurar um entendimento com as outras forças políticas.

“Não estamos a negociar nem o meu cargo nem os interesses do PS, mas a trabalhar pelo interesse dos portugueses e de Portugal”, esclareceu o líder socialista, para quem o interesse de Portugal “é dispor de uma solução governativa que possa oferecer estabilidade nos próximos quatro anos”.

De seguida, o líder socialista vincou que, nas últimas eleições legislativas, “a direita obteve o segundo pior resultado de sempre na história da democracia portuguesa” e considerou que há condições para pôr fim a “um muro” que separa socialistas e comunistas desde 1975, afirmando-se empenhado no trabalho para a criação de um Governo alternativo em Portugal.

“Temos trabalhado para que esse Governo alternativo possa existir. Estamos a trabalhar com seriedade com todas as forças políticas, designadamente com o PCP. Tivermos uma primeira reunião de trabalho que classifico como muito positiva e que criou condições para pormos fim a um muro que persiste na esquerda portuguesa desde 1975”, declarou o líder socialista, sustentando que estão a criar-se à esquerda “novas condições de diálogo”, tendo em vista “permitir ao país novas condições de formação de um Governo estável, além daquelas que têm sido habituais”.