Na visita que realizou, ontem, ao Mercado de Benfica, em Lisboa, o Secretário-Geral do PS disse a comerciantes e compradores que a medida do IVA zero, aplicada temporariamente ao cabaz alimentar definido pela anterior governação socialista para fazer face à elevada inflação, “teve sucesso e reduziu preços”, apesar das dúvidas manifestadas na altura, “até pelo Banco de Portugal”.
Antecipando que, para acompanhar a prometida redução do IVA, bem como a medida que agora quer permanente, está prevista a criação de um grupo de trabalho, o líder socialista recordou que quando o IVA zero no cabaz alimentar deixou de existir “os preços voltaram a subir”.
“É muito importante que nós, com a margem orçamental que o Estado tem disponível, façamos o que está ao nosso alcance para baixar o custo de vida das nossas famílias”, sustentou, sublinhando que o IVA zero permite distinguir “as prioridades para o PS, que são as pessoas, as famílias, os trabalhadores, os pensionistas”, das prioridades do PSD e da AD, voltadas para “a minoria de empresas em Portugal que paga a maior parte do IRC”.
“O IVA zero repercute-se no orçamento das famílias”, reforçou, ao longo de um percurso em que esteve acompanhado pela cabeça de lista por Lisboa, Mariana Vieira da Silva, e pela candidata do PS à autarquia da capital, Alexandra Leitão.
E reiterou que a medida adotada temporariamente em 2023, de acordo com a comissão de acompanhamento daquele IVA zero temporário, teve “uma efetiva redução dos preços dos bens” aos que foi aplicada.
“O IVA zero é uma boa medida que vai ajudar muitas famílias a reduzirem um pouco a fatura que têm todos os meses com produtos alimentares”, pontualizou, salientando ser este “um tema muito importante”, que permite evidenciar “a “grande diferença” que existe entre o PS, “que quer governar para todos, com medidas que cheguem a todos”, e o Governo da AD, que “tem medidas que beneficiam aqueles que têm mais rendimentos”.
PS governa para todos
“São duas formas de estar na vida e duas formas bem diferentes de estar na política”, referiu, enfatizando que “o Partido Socialista governa para todos e a AD apenas para poucos”, algo que, ressalvou, “não é nenhuma novidade”.
Neste particular, fez notar ainda que, enquanto a AD quer pegar em 1750 milhões de euros e entregá-los a uma minoria das empresas, “as que menos precisam”, o PS propõe-se distribuir esse dinheiro pelas famílias, pelos trabalhadores e pelos pensionistas.
“Queremos usar melhor uma receita que a AD está disponível para perder com a redução do IRC das empresas”, explicou Pedro Nuno Santos, assegurando que o PS quer dar “um bom destino a essa receita fiscal” e criticando fortemente a intenção reiterada pelo Governo de Luís Montenegro de entregar cerca de dois mil milhões de euros às empresas que mais lucram em Portugal.
Nesta ação de pré-campanha, Pedro Nuno Santos foi ainda confrontado com possíveis alianças pós-eleitorais.
A este propósito, o líder socialista voltou a reafirmar que o PS trabalha apenas no cenário de vitória, “que é o único cenário que nos interessa trabalhar e no qual vamos estar concentrados ao longo das próximas semanas”.
De seguida recordou que, nas eleições de há um ano, “o Presidente da República pediu ao partido mais votado para formar governo e na realidade já tinha sido assim em 2015”.
“Desta vez acontecerá o mesmo, o que significa que o Partido Socialista tem de ganhar as eleições e é só nisso que nós estamos concentrados”, rematou.