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Processo conduzido com “suspeitíssimo secretismo”

Processo conduzido com “suspeitíssimo secretismo”

É do interesse nacional que pelo penos 51% da transportadora aérea portuguesa fique na esfera pública, defendeu o Secretário-geral do PS, em Budapeste, à margem do congresso dos Socialistas Europeus, ocasião em que considerou escandaloso o valor da venda da TAP e criticou o Governo por conduzir todo este processo de privatização com “suspeitíssimo secretismo”.

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“Verdadeiramente, ninguém sabe como é que estão formados os consórcios, qual é a sua base, e o Governo tem procurado esconder da opinião pública dados essenciais para avaliação desse negócio”, afirmou António Costa, para quem é motivo de tranquilidade que a Comissão Europeia vá investigar e verificar se as regras foram cumpridas neste processo de privatização.

Em declarações aos jornalistas, António Costa criticou ainda o Executivo Passos/Portas por não ter procurado um acordo com o PS e por ter usado a TAP como “um fator de confrontação”.

Considerando “escandaloso que a TAP tenha sido vendida por um valor inferior ao das contratações dos mercados de futebol”, o Secretário-geral salientou que tal se deveu em grande medida à atuação do Governo

“Ao longo de meses, em vez de procurar valorizar a TAP, puxar pelo valor da TAP, andou a multiplicar-se a desvalorizar o seu valor”, com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, e o ministro da Economia, António Pires de Lima, “todos os dias quase a dizer que até pagavam para alguém ficar com a TAP”, vincou.

“Ora, como podiam vender decentemente a TAP se o próprio vendedor se esforça por dizer que não vale nada?”, questionou.

E reiterou ser “no mínimo lamentável que este Governo tenha definido como prioridade deste termo de mandato a privatização a todo o vapor de um conjunto de sectores estratégicos que receavam que não pudessem ser privatizados após as eleições”.

O líder socialista deixou ainda claro que PS “não ignora a delicadíssima situação financeira em que a TAP está”, mas reafirma a defesa da privatização parcial (de 49%) da empresa, até porque “isso permitia cumprir as regras comunitárias” e “é do interesse nacional que pelo menos 51% do capital fique na esfera pública”.