Problema da dívida requer estratégia nacional e europeia
Paulo Trigo Pereira explicou que, na dimensão nacional, há o objetivo de “promover o crescimento económico e o emprego, sem os quais não haverá sustentabilidade das finanças públicas”. É necessário, continuou, assegurar a “reputação internacional do país através de uma consolidação consistente e sustentada das finanças públicas”, resolver os problemas do sistema financeiro português e conter o endividamento do setor público empresarial.
“Aquilo que o Partido Socialista não fará, como estratégia de redução da dívida, é realizar privatizações, à semelhança do realizado por PSD/CDS, em que as privatizações foram muito para além daquilo que era imposto pelo memorando com a troica”, garantiu.
Já na dimensão europeia, Paulo Trigo Pereira sublinhou que o Executivo apoiado pelos partidos de esquerda “tem tido uma atitude proactiva e construtiva no sentido de construir as bases para completar a União Económica e Monetária”. O parlamentar socialista explicou que o Governo pretende “adotar uma abordagem multilateral no contexto europeu para reduzir o peso do serviço da dívida”, lembrando que existem vários países com dívidas excessivas, não sendo um caso exclusivo de Portugal, e, por isso, “deverá haver uma solução global para o problema”.
Assim, revelou, no contexto europeu é necessária “uma redução das taxas de juro marginal e média da dívida pública”, sendo também do interesse nacional “estender o programa de compra de ativos do Banco Central Europeu (BCE) para além de 2017 e tornar mais justa e mais favorável a Portugal as condições de elegibilidade para a compra de títulos da dívida”.
Segundo o socialista, é também importante melhorar as condições “com os nossos credores oficiais europeus, através de uma extensão das maturidades dos empréstimos e redução de juros”, o que será facilitado com iniciativas como as desenvolvidas pelo primeiro-ministro e pelo ministro das Finanças “de encontros com líderes europeus, construindo uma base de capital social que ajudará a uma solução multilateral das dívidas soberanas excessivas”.
“O Partido Socialista está determinado a reduzir significativamente os encargos com os juros da dívida, libertando os impostos dos portugueses para aquilo em que devem ser usados, a melhoria da qualidade de vida e do bem-estar dos portugueses”, asseverou.