Prevenir o risco de incêndios é combater a maior ameaça à segurança interna do país
Falando no Centro de Formação da GNR de Portalegre, o primeiro-ministro alertou os cerca de 600 novos guardas, que ontem iniciaram a sua formação, que a sua principal tarefa, quando entrarem ao serviço, é “fiscalizar a limpeza das matas”, de forma a garantirem que a decisão do Governo é observada, e não para “passar multas” aos proprietários.
O que está em causa, alertou António Costa aos futuros novos elementos da GNR, “não é cobrar ou não cobrar multas”, mas que “cada um de nós”, no desempenho das suas funções, “contribua para a segurança de todos”, defendendo que uma mata que não é tratada representa “um risco para a vida de todos”.
Depois de salientar a importância de mais este curso de formação que integra 600 novos guardas, que após terminarem a sua formação de 1400 horas, vão reforçar o dispositivo da GNR e completar os lugares deixados vagos pelos militares que, entretanto, vão integrar os GIPS e o SEPNS, o primeiro-ministro não hesitou em alertar os presentes, referindo que a maior ameaça à segurança interna do país, está “associada aos riscos de incêndio” que resultam, como sustentou, das “alterações climáticas”.
Ameaças e riscos que para António Costa não são “uma abstração”, mas algo de “muito real”, lembrando a propósito os longos períodos de seca que afetam a alimentação dos animais, mas também das populações, que veem, como consequência, os seus meios de sobrevivência, nalguns casos muito reduzidos e, noutros, “mesmo eliminados”.
GNR tem papel decisivo na fiscalização
Depois de destacar o “papel decisivo” da GNR na prevenção, fiscalização e combate aos incêndios florestais, o primeiro-ministro destacou que este novo curso vai permitir que haja um reforço de 600 elementos para a GNR, que se vão juntar aos mais de 500 militares da guarda que passam a integrar o GIPS e outros 100 que passam a incorporar o SEPNA, garantindo que durante o próximo mês de abril, o Governo vai abrir um concurso para “acolher 200 novos guardas florestais”.
Segundo o primeiro-ministro, para que haja maior eficácia, quer numa primeira fase em relação à prevenção, quer posteriormente no combate aos incêndios florestais, é necessário que se consolidem os mecanismos de criação de novas equipas de intervenção permanente nos corpos de bombeiros voluntários, de forma a que, “dentro do voluntariado”, como referiu, haja um núcleo de profissionais treinados e devidamente preparados para “intervirem também em cenários de fogos florestais”.
Finalmente, o primeiro-ministro, depois de destacar o “contributo decisivo” que a GNR tem dado perante situações de “grande calamidade”, recordou que também as Forças Armadas têm participado, de “forma ativa e empenhada”, quer nos momentos de prevenção, quer nos momentos de combate aos incêndios florestais.