Recebido por largas centenas de socialistas e simpatizantes, no passado sábado, no Porto, o Secretário-Geral do PS vincou que o país “precisa de um governo que não invente”.
“Em todas as campanhas falamos sempre de grandes desígnios, de grandes projetos e de grandes planos, quando do que precisamos é de um governo que que faça aquilo que é preciso”, afirmou o líder socialista, defendendo ser necessário fazer “investimento público em creches, lares e casas, e aumentar os salários a professores, médicos e enfermeiros”.
“Queremos ser governo para nos concentrarmos em usar o dinheiro que é de todos para resolver os problemas que são de todos”, prosseguiu o candidato do PS às próximas legislativas, admitindo que o maior problema com os impostos em Portugal não é pagá-los, mas sentir que “não servem para resolver os reais problemas” que o país enfrenta.
Após reafirmar que o Partido não queria eleições, Pedro Nuno Santos salientou que, no Parlamento, a bancada socialista viabilizou a eleição do presidente da Assembleia da República, reprovou duas moções de censura e votou o Orçamento do Estado.
Na sessão que o PS Porto organizou, na Avenida dos Aliados, para a apresentação dos 18 candidatos socialistas aos 18 concelhos do distrito, o Secretário-Geral deixou claro que, não tendo querido ser fator de instabilidade, “o PS nunca quis levar este Governo ao colo”.
Transparência é obrigação
Neste ponto, criticou o chefe do executivo da AD, declarando que Montenegro não reúne qualidades para primeiro-ministro porque engana os portugueses e não é transparente.
“Um líder político tem a obrigação de ser transparente, de não fugir ao escrutínio, deve ser humilde, deve saber assumir os seus erros e, acima de tudo, não pode querer enganar as pessoas”, declarou o líder socialista.
Na intervenção que fez no Porto, Pedro Nuno Santos considerou que Luís Montenegro “só é vítima de si próprio”, enfatizando de seguida que a transparência “não é uma opção, é uma obrigação” na ação política e governativa, da mesma forma que os “erros não são fraqueza, mas força”.
“A diferença está na forma como cada líder enfrenta o erro”, observou, indicando que “há quem negue e fuja, e há quem assuma e aprenda”.
Depois, avisou que “os traços pessoais de um líder são essenciais para a forma como conduz um governo e como esse governo se comporta perante o povo”.
Neste particular, voltou a censurar a “forma pouco séria com que Luís Montenegro se tem relacionado com o país e os portugueses”, lembrando a este propósito o facto de o primeiro-ministro ter tentado, no ano passado, “anunciar como sua uma descida de IRS que havia sido, na quase totalidade, decidida pelo PS”, e de ter arriscado “manipular os dados sobre o número de alunos sem professor”.
“Não é por acaso que o Governo nunca assumiu a culpa pelo caos que instalou no Serviço Nacional de Saúde ou pela gestão irresponsável que fez da greve no INEM”, atirou o Secretário-Geral do PS, manifestando-se confiante em que será o próximo primeiro-ministro do país.