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PR RECONHECE MÉRITO DO GOVERNO

PR RECONHECE MÉRITO DO GOVERNO

O diploma das alterações à Lei do Financiamento dos Partidos evidenciou flagrante contradição do Presidente da Republica. Sendo defensor do maior consenso possível na sociedade portuguesa, como se explica que tenha vetado uma lei aprovada por amplo consenso? Era mais lógico e coerente que a promulgasse.

Opinião de:

PR RECONHECE MÉRITO DO GOVERNO

A polémica sobre esta lei assentou em pressupostos errados, como salientou António Costa. Além de que, digo eu, exibiu um discurso primário antipartidos, sempre condenável, porque sem partidos não há democracia. O pluralismo partidário é a essência dos regimes democráticos. Teria sido saudável que Marcelo se demarcasse de uma certa histeria contra os partidos que tem havido por causa do seu financiamento. Depois do veto, o Parlamento deveria confirmar a lei. Até para sua própria defesa. O argumento do secretismo não colhe. Tudo foi público. O Presidente não mostrou, neste caso, o mesmo equilíbrio e sensatez da sua mensagem de Ano Novo. 

Falou na necessidade da reinvenção, mas reconheceu o trabalho e mérito do Governo e renovou-lhe a confiança. E convém não esquecer que essa reinvenção já foi feita, em larga medida, pelo PS. O país está diferente para melhor. As pessoas também vivem melhor, porque têm mais rendimento disponível. Os avanços têm sido particularmente significativos. Os bons resultados da nossa economia contrastam, de forma bem visível, com um passado negro recente. O Presidente disse, também, não admitir mais falhas do Estado em 2018, mas a sintonia com Costa é total, pois o primeiro-ministro tem afirmado que a prioridade das prioridades é evitar novas tragédias. Pareceu-me, enfim, uma mensagem de acordo com a recente afirmação de Marcelo de que tudo correrá bem na solidariedade institucional até ao fim do mandato do Governo. Mesmo na profunda tristeza pelos incêndios, que lamentou com grande mágoa, também Costa, na mensagem natalícia, as tinha deplorado com veemência.

A nota caricata, mesmo ridícula, do virar de 2017 para 2018, e do dealbar deste novo ano, foram, sem dúvida, as declarações dos candidatos à liderança e do porta-voz, Marques Mendes, de que o PSD vai ganhar as eleições legislativas de 2019. É caso para dizer que só visto, porque contado ninguém acredita! Estas afirmações não passam de miragens. Ainda há pouco tempo, Nuno Morais Sarmento, mandatário de Rui Rio, e por isso insuspeito, teve a hombridade de reconhecer que poucos, em dois anos, fizeram o que Costa fez. A vitória, digo eu, só muito dificilmente deixará de sorrir ao PS. A empatia com o povo é grande. Costa é uma certeza, uma garantia. O novo líder do PSD, qualquer que seja, será sempre uma aposta duvidosa, pouco fiável, atendendo aos desastrosos antecedentes do partido, ainda bem vivos, infelizmente, na memória dos portugueses. Mudar de pessoas não é o mesmo que mudar de políticas. 

Encaro o ano de 2018 com franco otimismo e confiança. A estabilidade política penso estar assegurada. Não prevejo grandes sobressaltos. O acordo de esquerda cumprirá a legislatura com naturalidade. As preocupações de eleitoralismo em relação ao PS, na feitura do OE 2019, não me parecem justificadas. Os socialistas não precisam de ser eleitoralistas. Basta serem iguais a si próprios. Portugal saberá continuar, com sucesso, a sua afirmação no mundo. Os portugueses confiam no seu futuro e no do país. No próximo dia 7, decorre um ano sobre a morte de Mário Soares. Como ele costumava dizer, só é vencido quem desiste de lutar!