Entre os destaques da publicação estava o artigo de Mário Soares, “O Significado do 25 de Novembro”, no qual o então Secretário-Geral do PS afirmava que o país enfrentara uma tentativa de desvio revolucionário sem legitimidade democrática.
Soares alertava que Portugal não podia ser conduzido “por minorias barulhentas” nem submetido a experiências de inspiração soviética, frisando a urgência de proteger “a liberdade recém-conquistada” e restaurar o pleno funcionamento das instituições.
A publicação recordava ainda o segundo grande comício da Fonte Luminosa, realizado a 23 de novembro de 1975.
Perante milhares de portugueses, o PS voltava a chamar os seus militantes e simpatizantes em defesa da manutenção do VI Governo Provisório, apelando à ordem e à disciplina, e convocando setores ditos “moderados” como a única opção política viável.
Os dois comícios socialistas realizados na Alameda Afonso Henriques tornaram-se marcos na mobilização popular em defesa da democracia, sendo o segundo amplamente citado na edição especial do Portugal Socialista, onde também era sublinhado o confronto com o PCP.
O PS denunciava que estes setores procuravam condicionar o rumo do país e pressionar instituições civis e militares, fomentando episódios que a edição classificava como “derivas preocupantes”.
O Portugal Socialista destacava também a intensa movimentação social promovida pelo PS durante o Verão Quente de 1975 e nas semanas que antecederam o 25 de Novembro: manifestações, greves e comícios em todo o país demonstraram que a maioria do povo português rejeitava modelos autoritários.
Por fim, o órgão central socialista reforçava que o papel do partido se manteve decisivo no pós-25 de Novembro, participando na estabilização política, na elaboração da Constituição de 1976 e na profissionalização das Forças Armadas.
Como sintetizava a edição especial, o 25 de Novembro representou “o momento em que se travou uma ameaça autoritária e se garantiu a democracia pluralista”.