Ao discursar, no sábado, na sessão de apresentação pública dos candidatos autárquicos do PS de Coimbra, que decorreu no Pavilhão Centro de Portugal, Pedro Nuno Santos reiterou o empenho dos socialistas em “trabalhar, dar confiança aos portugueses e estabilidade”, avisando que “nada disso se faz com alguém que está envolto em suspeitas”.
“Não há estabilidade com um primeiro-ministro envolto em suspeitas”, alertou o líder do PS, deplorando “os novos casos que vão surgindo todas as semanas”.
“Portugal só terá estabilidade política com uma vitória do Partido Socialista nas próximas eleições”, sustentou Pedro Nuno Santos, que na sua intervenção alertou para a necessidade de os setores da saúde e do social trabalharem em conjunto, de modo a proporcionar melhor qualidade de vida à população, particularmente à mais idosa e vulnerável.
“Temos que mudar completamente o paradigma e a relação entre o setor da saúde e o setor social, que não podem andar mais de costas voltadas”, resumiu, lembrando que a esperança média de vida dos portugueses é atualmente mais alargada, prevendo-se que, em 2050, cerca de 40% da população tenha mais de 65 anos.
“Isso tem consequências no Serviço Nacional de Saúde e na forma como lidamos com a população mais idosa no nosso país”, referiu, admitindo que os a saúde e o setor social não foram devidamente preparados para uma sociedade envelhecida.
“Portugal está muito longe de dar dignidade e de cuidar bem de quem construiu o país”, avisou, considerando ser preciso avançar com “um trabalho de comunidade de proximidade”.
Equipas comunitárias de proximidade
“Os mais velhos, enquanto podem, preferem estar em suas casas, o que é menos despesa para o Estado social e para o próprio SNS”, observou depois o Secretário-Geral do PS, indicando a urgência de criar e preparar “equipas comunitárias de proximidade que acompanhem os nossos mais velhos, os doentes crónicos e quem precisa de cuidados de longa duração”.
Esta será, adiantou o líder socialista, uma maneira de diminuir, também, os episódios de agudização de doenças e de recurso aos hospitais.
Assegurando ser possível melhorar a qualidade de vida dos mais velhos e, ao mesmo tempo, reduzir a fatura, “ou pelo menos conter o aumento da despesa com cuidados”, Pedro Nuno Santos reiterou o objetivo de tratar “com respeito e dignidade” os mais velhos e doentes crónicos, “mas com consequências positivas para o serviço de saúde”.
E deixou ainda um aviso claro aos setores da direita para que “não se metam com o sistema público de pensões”.
“Que cada um desconte aquilo que entender do ponto de vista privado. Mas o sistema público de pensões que temos em Portugal é uma construção virtuosa de solidariedade intergeracional que devemos partilhar, manter, preservar e defender”, pontualizou.