Portugal saúda escolha para a vice-presidência do BCE
O secretário de Estado das Finanças explicou que o Executivo liderado por António Costa encontra em Luís de Guindos um perfil que “reúne todas as condições para desempenhar essa função com total independência”.
Ricardo Mourinho Félix, que representa Portugal nas reuniões dos ministros das Finanças da zona euro desde que Mário Centeno é presidente do Eurogrupo, comentou no final do encontro em Bruxelas que Guindos tem “boas credenciais para ser um ótimo vice-presidente do BCE”, refutando a ideia do perigo de uma “politização” da instituição por ter sido escolhido um ministro das Finanças e não um governador de banco central.
Lembrou, a propósito, que o espanhol tem uma “experiência bastante grande”, em particular os seis anos enquanto ministro da Economia, período durante o qual enfrentou uma crise grave, da qual o país saiu com um crescimento robusto.
“Portugal e Espanha têm relações históricas. Não é deste Governo nem do atual Governo espanhol, é de muitos governos de há muitos anos e, portanto, é algo que também surge como natural”, disse Mourinho Félix, esclarecendo não haver aqui “nenhuma moeda de troca por coisa nenhuma”.
De referir que o fórum de ministros das Finanças da zona euro, reunido em Bruxelas, apoiou por unanimidade a designação do ministro espanhol Luís de Guindos para suceder a Vítor Constâncio na vice-presidência do Banco Central Europeu, depois de a Irlanda ter retirado a candidatura do governador do banco central irlandês, Philip Lane.
Depois da “luz verde” do Eurogrupo, presidido por Mário Centeno, o Conselho de Ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin) deverá adotar formalmente a recomendação para o Conselho Europeu, composto pelos chefes de Estado e de Governo da UE, que consultará então o Parlamento Europeu e o Conselho de Governadores do BCE, devendo adotar a sua decisão final na cimeira de 22 e 23 de março.