Portugal saúda acordo entre UE e Mercosul
O primeiro-ministro, António Costa, saudou com entusiasmo o acordo de associação estratégica alcançado entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, na passada sexta-feira, em Bruxelas, após dois dias de intensas negociações entre diversos países do Mercosul e a Comissão Europeia.
“Saúdo o acordo entre a União Europeia e o Mercosul pelo qual Portugal muito se bateu. Cria um mercado de quase 800 milhões de pessoas, facilita as exportações e demonstra que são possíveis acordos que beneficiam todas as partes, combatendo o protecionismo e promovendo a abertura económica”, comentou António Costa.
O “mais importante acordo”
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, também enalteceu o acordo entre a UE o Mercosul, considerando que “é o mais significativo e mais importante acordo comercial alguma vez celebrado pela União Europeia”.
Este acordo é “mais importante ainda que o acordo com o Canadá e com o Japão. Se aos 500 milhões de habitantes da UE, juntarmos os habitantes de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, temos um mercado de 780 milhões de pessoas, e isso significa que este mercado está mais aberto aos agentes económicos de uma parte e de outra”, disse Augusto Santos Silva.
O ministro destacou também o contributo de Portugal para o acordo e o papel do primeiro-ministro António Costa nas negociações.
“Este é um acordo pelo qual Portugal se tem batido empenhadamente nos últimos 20 anos e para cujo desenlace Portugal contribuiu decisivamente nos últimos dias. Na semana passada, o primeiro-ministro português subscreveu, com mais outros seis chefes de governo europeus, uma carta dirigida à Comissão Europeia para fechar o acordo político”, revelou Santos Silva.
Benefícios para Portugal
“Portugal é dos países europeus que mais vai beneficiar do acordo comercial no plano económico e também a nível político e institucional. Ter o Brasil mais próximo da União Europeia só pode beneficiar Portugal”, considerou o ministro.
O responsável pela diplomacia portuguesa salientou as vantagens do acordo para a nossa balança comercial e para o tecido empresarial.
“As nossas exportações só têm margem para crescer. Beneficiam ainda os prestadores de serviços, as empresas portuguesas que prestam serviços no Mercosul, que vão ter a sua tarefa muito facilitada, e beneficiamos também porque o acordo protege as indicações geográficas de origem”, salientou o ministro, lembrando ainda as reduções de tarifas e de barreiras alfandegárias.
“Numa época em que, infelizmente, tantos fecham mercados, envolvem-se em guerras comerciais e desprezam a lógica do acordo e do compromisso, a União Europeia mostra que continua totalmente empenhada na abertura económica e acredita nos acordos em que todos beneficiam e não apenas nas guerras em que um ganha o que os outros perdem”, concluiu Augusto Santos Silva.