home

Portugal reafirma compromisso Carbono Zero em 2050

Portugal reafirma compromisso Carbono Zero em 2050

O Governo pretende que Portugal atinja a neutralidade carbónica até 2050. O Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 (RNC2050) foi apresentado esta manhã, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Notícia publicada por:

Portugal reafirma compromisso Carbono Zero em 2050

“Em 2030, 80% da energia elétrica produzida no país virá de fontes renováveis; em 2050 será 100%. A nossa dependência energética do exterior é hoje de 75%. Em 2030 será de 65% e em 2050 de 17%”, revelou esta terça-feira o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Matos Fernandes, na sessão de apresentação do Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 (RNC2050).

Nesta sessão, que contou com o ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, João Matos Fernandes, lembrou que “fomos, de facto, pioneiros quando assumimos este desígnio, mas hoje vários países colocam a neutralidade carbónica como objetivo a atingir até 2050”, disse Matos Fernandes recordando o compromisso que o primeiro-ministro, António Costa, assumiu há dois anos na Conferência das Partes (COP) do clima, em Marraquexe.

“Valorizar o território, tornar a economia circular e descarbonizar a sociedade são mesmo os três grandes eixos de política do agora Ministério do Ambiente e Transição Energética”, sublinhou Matos Fernandes, acrescentando que “para a valorização do território o PNPOT, Programa Nacional de Políticas de Ordenamento do Território. Para a economia circular o PAEC, Plano de Ação da Economia Circular, e finalmente, para a descarbonização, o RNC 2050”, especificou o ministro.

O RNC2050 engloba diferentes áreas, designadamente a da energia, economia, industria, transportes e ambiente, para as quais estão definidos objetivos concretos a atingir, bem como, no domínio das relações comerciais, onde, tal como também sublinhou o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, a importação de produtos petrolíferos é um dos principais fatores de desequilíbrio da balança comercial portuguesa.

Metas para o setor energético

Referindo-se às metas inscritas no RNC2050 para o setor da energia, o ministro responsável pelo Ambiente e Transição Energética avançou que “em 2030, 80% da energia elétrica produzida no país virá de fontes renováveis; em 2050 será 100%. A nossa dependência energética do exterior é hoje de 75%. Em 2030 será de 65% e em 2050 de 17%”, disse.

A indústria deverá reduzir 70% das suas emissões atuais até 2050, enquanto que os resíduos urbanos devem ser reduzidos em 25% até 2050, sendo que, já em 2035, os resíduos urbanos que acabam em aterros deverão ser apenas 10% do total, ou seja: menos 82% do que acontece hoje.

Sobre os transportes, o ministro referiu que “em 2030, é nosso compromisso que um terço dos veículos ligeiros, sejam elétricos, bem como toda a logística urbana. Em 2050, estes valores devem rondar os 100%”, prevê Matos Fernandes.

“Para se atingir a neutralidade carbónica são necessários investimentos adicionais anuais na ordem de, pelo menos, dois mil milhões de euros”, o que revela “a importância que a neutralidade carbónica tem no crescimento da economia, através da capacidade que apresenta na componente do investimento”, sublinhou o governante.

Todavia, para o ministro, “não faz sentido falar em custos quando estamos a falar de um roteiro para 2050. Faz sentido sim, falar em oportunidades de investimento que irão estimular a inovação, a criatividade e a competitiva das empresas”, sublinhou Matos Fernandes, que acredita que “se vá assistir a rápidas e consistentes mudanças em todos os sectores de atividade”, afirmou o ministro do Ambiente e da Transição Energética.

“Procuramos traduzir com este roteiro um compromisso de um País, à escala global e, em simultâneo, consigo próprio, com os seus setores produtivos, com todos os portugueses e portuguesas”, mas também enquanto oportunidade para a “criação de emprego, mas mais qualificado”, para a “geração de riqueza, mas mais sustentada e de elevados níveis bem-estar, mas mais partilhado”, concluiu João Matos Fernandes.