Portugal quer ser o parceiro estratégico da Índia na UE
Portugal e a Índia estão agora mais próximos e mais disponíveis para trabalhar em conjunto, como resultado do “excelente clima” que esta visita de Estado abriu, afirmou o primeiro-ministro, António Costa, em Goa, no final de seis dias de visita oficial àquele país do asiático.
“Há agora outro clima entre Portugal e a Índia”, que é preciso aproveitar, afirmou António Costa, em Goa, no último dia da sua visita de Estado à Índia, referindo que recebeu da parte das autoridades políticas indianas “um enorme empenho” e uma “vontade inexcedível” para utilizar Portugal como “parceiro estratégico” para a cooperação com países terceiros.
A este propósito, António Costa referiu que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que aceitou visitar brevemente Portugal, mostrou disponibilidade, na sequência do Brexit, de passar a utilizar Portugal como “plataforma” do Estado da Índia nas relações com a União Europeia, tendo ainda o primeiro-ministro português salientado o interesse manifestado pelas autoridades indianas em “trabalhar com Portugal”, em áreas como as energias renováveis, na gestão de resíduos e da água, ou na execução de infraestruturas, um setor, como sublinhou António Costa, onde o Governo indiano “tem um programa de investimento gigantesco”.
Um conjunto de grandes oportunidades de negócio que se abrem às empresas portuguesas, lembrando António Costa que esta sua visita de Estado de seis dias à Índia teve como objetivo, para além do reforço dos laços culturais e históricos, a “vertente económica” e “abrir as portas” às exportações portuguesas para a Índia, mas também criar o ambiente para que haja mais investimento indiano em Portugal, para além, naturalmente, como também referiu, da “cooperação científica e tecnológica”.
Convite à visita do primeiro-ministro indiano a Portugal
Fazendo um balanço “muito positivo” desta sua visita oficial ao Estado da União Indiana, António Costa fez questão de afirmar que “todos os contactos que manteve, quer com as autoridades políticas, quer nos fóruns empresariais, “deram-nos boas perspetivas” de que a “porta ficou aberta” e que há “disponibilidade para utilizar essa porta”.
Neste sentido, e para que “tudo não fique apenas por aqui”, afirmou ainda António Costa, “deixei um convite ao primeiro-ministro, Narenda Modi, para que visite o nosso país”, que na ocasião, como garantiu, mostrou “grande empenho” em concretizar a sua visita a Portugal, acrescentando o primeiro-ministro português que “nessa altura faremos um balanço” sobre o já realizado para “podermos lançar novas pistas para o futuro”.
Para o chefe do Governo português, esta visita oficial à Índia serviu também para “virar a página” relativamente ao passado, referindo-se à presença colonial portuguesa em territórios do subcontinente indiano, lembrando António Costa que “não foi por acaso” que, pela primeira vez em 40 anos, um primeiro-ministro português, em visita oficial a Índia, se deslocou ao Estado de Goa, recordando a propósito que mesmo os anteriores Presidentes da República não incluíram no seu roteiro, aquando das suas visitas oficiais, “uma deslocação a Goa”, onde a presença política portuguesa se manteve entre 1505 e 1961.
Na opinião do primeiro-ministro português, também não é “igualmente por acaso” que agora existe um Centro de Língua Portuguesa num “local central de Pangim”, capital do Estado de Goa, com “instalações condignas”, ao mesmo tempo que se nota um “movimento crescente de aprendizagem do português”, fenómeno que se verifica, como lembrou, tanto na Universidade como nos vários liceus de Goa.
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