Portugal prossegue ciclo de captação de investimento
O primeiro-ministro presidiu ontem em Lisboa à cerimónia de assinatura de cinco contratos de investimento no valor global de cerca de 400,5 milhões de euros, entre a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e as empresas Font Salem, Hanon, Somicor, STE e TMG, iniciativa que vai permitir a curto prazo a criação de mais 315 novos postos de trabalho, sendo que 50 destes novos empregos, como garantiu António Costa, estão destinados a técnicos “altamente qualificados”.
Considerando que a assinatura de contratos como estes são essenciais para que o “ciclo de investimento se prolongue”, António Costa lembrou a este propósito que só em 2018 a AICEP assinou mais contratos de investimento, 49 no total, equivalendo a mais de 1.000 milhões de euros de investimento, do que os realizados nos últimos dez anos.
Para o primeiro-ministro, perante o “um quadro futuro de incerteza europeia e internacional”, o que é realmente decisivo e diferenciador para a economia portuguesa é que este “ciclo de investimento continue” mantendo Portugal como um “porto de abrigo” para que as empresas, nacionais e estrangeiras, conservem a confiança que têm demonstrado na economia portuguesas sobretudo nos últimos três anos.
António Costa não deixou, contudo, de manifestar satisfação pelo nível de investimento estrangeiro, “mas também nacional”, que a economia portuguesa tem conseguido captar, “assente sobretudo no investimento empresarial”, e pela “diversificação das suas origens”. Ponto, aliás, que considerou ser igualmente relevante, dando a este propósito os exemplos de investimento vindos de países tão distintos e diversos como a Coreia do Sul, o Canadá ou de Espanha, sem esquecer o crescente investimento que se tem verificado nos últimos anos, quer de França, quer da Alemanha.
Reconhecendo que não constitui nenhum segredo guardado a sete chaves que continuam a existir “condicionamentos” a um maior investimento público na economia, problemática que para António Costa se “manterá seguramente durante os próximos anos”, é no investimento privado, sustentou, que estará a “base do nosso crescimento e do investimento”, defendendo que o que faz a diferença na economia global “não é seguramente o valor do salário”, mas antes o do “produto e do serviço prestado”, matérias em que Portugal, como garantiu, “tem tido um percurso muito positivo”.
Superar os números recorde de 2018
Tendo Portugal batido, em 2018, todos os recordes de investimento estrangeiro, fica agora aberto o desafio, como aludiu o primeiro-ministro, para que o próximo ano se ultrapasse este recorde, lembrando que esta é uma possibilidade clara, uma vez que estão em apreciação investimentos superiores a 2.500 milhões de euros para 2019, pelo que tudo o indica “que este recorde poderá mesmo ser batido”.
Nesta cerimónia intervieram ainda o ministro dos Negócios Estrangeiros, que na ocasião salientou que 2019 “será um ano marcado por incertezas, na Europa e a nível internacional”, manifestando, contudo, Augusto Santos Silva a convicção de que em relação a Portugal “não haverá nenhuma incerteza”, porque garantidamente, como acrescentou, haverá “estabilidade e confiança”.
Também o ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, falou para realçar o papel determinante e “muito significativo” que o investimento privado tem desempenhado no sucesso da economia portuguesa, lembrando que tem “criado as bases da sustentabilidade futura do nosso processo de desenvolvimento”.