Em entrevista à CMTV, esta quarta-feira, José Luís Carneiro acusou o Governo da AD de estar a agravar a crise no Serviço Nacional de Saúde (SNS) ao preparar cortes orçamentais que classificou como “absolutamente inaceitáveis” e lesivos para os cidadãos.
Na ocasião, o líder socialista alertou para a gravidade da intenção do executivo de Luís Montenegro de avançar com uma redução de 10 por cento no setor da Saúde, uma decisão que, enfatizou, já está a ter reflexos no terreno, com instruções dirigidas aos hospitais para travarem consultas, cirurgias e a compra de medicamentos.
“Prevê-se um corte de 10 por cento na aquisição de bens e serviços na Saúde para o próximo ano. Soubemos pela capa de um diário – com declarações de vários administradores hospitalares –, que houve orientações para cortarem na despesa, nomeadamente nas despesas com consultas, com cirurgias e com a aquisição de medicamentos, bem como de outros bens e serviços”, relatou o Secretário-Geral, avisando que estas medidas põem em causa o direito dos portugueses a cuidados de saúde dignos e universais.
José Luís Carneiro classificou esta opção como “uma decisão política inaceitável”, que demonstra a ausência de uma estratégia sólida para enfrentar a situação crítica vivida no SNS.
Para o PS, disse, “isto retrata uma opção inaceitável porque ela vem sobre um setor que está flagelado e que está a viver momentos absolutamente críticos e de caos na vida nacional”.
O líder socialista voltou ainda a alertar para o facto de a atual ministra da Saúde ter perdido qualquer autoridade e capacidade de liderança, apelando a uma reflexão dentro do próprio Governo.
“Alguém devia, com delicadeza, dizer à senhora ministra da Saúde que não tem condições para garantir a resposta que o SNS exige”, reiterou José Luís Carneiro, evidenciando a degradação crescente da confiança dos profissionais e dos utentes no na tutela e no sistema.
Isto porque, sublinhou, o que está em causa é a falta de visão estrutural do Governo da AD para resolver os problemas de um setor em situação de crise.
“O país precisa de uma política de Saúde assente no reforço de meios humanos, técnicos e financeiros, e não em cortes cegos que põem em risco a vida das pessoas”, sustentou, reiterando o compromisso do Partido Socialista com a defesa de um serviço público de saúde forte, acessível e sustentável.