Portugal precisa de um consenso nacional sobre grandes obras públicas
António Costa falava no Convento São Francisco, em Coimbra, na sessão de encerramento do XXI Congresso da Ordem dos Engenheiros.
Na ocasião, o governante disse que “nenhum país pode continuar a ter, como Portugal tem tido, infelizmente, nas últimas décadas, inúmeras hesitações relativamente a grandes empreendimentos.
Faz sentido, por isso, “o restabelecimento da existência de um Conselho Superior de Obras Públicas”, sustentou, realçando a necessidade de uma representação da Ordem dos Engenheiros neste organismo.
O conselho, enfatizou, é “uma condição essencial para que o próximo Plano de Infraestruturas [de Portugal] possa ser o resultado não de uma conjuntura política, mas de um trabalho consolidado, consensualizado nacionalmente”.
Além disso, reforçou, esse plano deve poder “ser selado com uma votação de uma maioria qualificada na Assembleia da República”.
“Cada obra que fazemos não é uma obra para a nossa geração, é uma obra seguramente para muitas e muitas gerações futuras”, lembrou, declarando de seguida que o Governo conta, assim, com a Ordem dos Engenheiros para “a definição e para a construção” da “estratégia de Portugal pós 2020”.
Segundo António Costa, trata-se de “debate que é inadiável porque já na primavera a Comissão Europeia apresentará as linhas gerais da Europa 2030”.
E Portugal não deve “aguardar simplesmente que a Europa” lhe proponha o seu futuro, mas deve “participar ativamente na construção, ao nível europeu”, do futuro do país e do futuro da Europa, concluiu.