Falando aos jornalistas, esta tarde, na sede nacional do PS, o Secretário-Geral defendeu ser “fundamental que haja carreiras atrativas na GNR e PSP”, sublinhando que, como partido da oposição, o PS irá “acompanhar a negociação” em curso das associações representativas desta classe profissional com o governo.
“Esta é uma negociação muito importante, que esperamos que não se prolongue por muito tempo, porque é crucial valorizarmos a carreira dos nossos agentes da PSP e dos guardas da GNR”, afirmou, explicando que uma estratégia assertiva para a segurança nacional exige “ter carreiras suficientemente atrativas para que os nossos jovens decidam ingressar na GNR e na PSP”.
Após sublinhar que forças de segurança “motivadas, respeitadas e valorizadas” farão melhor o seu trabalho na proteção da população, Pedro Nuno Santos desafiou o executivo da AD a focar-se na execução da lei de programação das infraestruturas e equipamentos da Administração Interna, lembrando que esta é uma área crítica e uma “área importante para o PS”.
“O PS entende que devemos ser duros com as causas do crime, mas também duros com o crime”, vincou, reiterando que “Portugal precisa de boas condições para que o combate à criminalidade seja feito com eficácia”.
Antes, o Secretário-Geral do PS deixara claro que os socialistas querem ver uma aposta “clara e firme” do executivo no policiamento de proximidade, “porque Portugal precisa, não só de continuar a investir na segurança, mas também nesta forma complementar e importante de policiamento”.
Socialistas vão reconfirmar desagregação das freguesias no Parlamento
Questionado sobre o veto de Marcelo Rebelo de Sousa ao diploma que previa a desagregação das freguesias, Pedro Nuno Santos fez notar que o PS respeita todas as ações e decisões da Presidência da República, adiantando, porém, que, “a seu tempo, o Partido reconfirmará aquele que foi o seu voto nesta matéria”.
A este propósito, indicou que “a lei foi cumprida escrupulosamente” e que “a Assembleia da República foi muito rigorosa no trabalho que fez”.
“Fez-se um trabalho sério que dependeu também da iniciativa de alguns municípios e das suas populações e, por isso, para nós é muito claro que temos um dever de respeito para com as populações que viram expetativas criadas, que trabalharam, se empenharam e mobilizaram para terem as suas freguesias de volta”, frisou.
E reafirmou que “o Partido Socialista não vai deixar estas populações para depois”, declarando que “a bancada socialista fará a sua parte que é de reconfirmação do diploma em sede de Assembleia da República”.
Remodelação do governo falha aos portugueses
No capítulo das mexidas no executivo chefiado por Luís Montenegro noticiadas hoje, o Secretário-Geral do PS fez notar que uma remodelação é sempre uma decisão do primeiro-ministro, “que nós respeitamos, mas que não é uma decisão da oposição”.
“A única coisa que nós registamos desta remodelação é que o senhor primeiro-ministro não identifica no seu governo os mesmos problemas que o povo português identifica no governo”, referiu, estranhando a ausência de alterações na tutela da Saúde.
E neste ponto realçou que, ao poupar responsáveis a prazo, “ou o primeiro-ministro entendeu que não há problemas neste setor em Portugal, e então aí a responsabilidade máxima é mesmo do primeiro-ministro, que decide manter esta equipa, ou o primeiro-ministro já decidiu renovar integralmente a equipa da saúde, bem como a equipa noutros ministérios, mas está só à espera da saída do ministro dos Assuntos Parlamentares para a Câmara Municipal do Porto”.