Portugal pode sair folgadamente do procedimento por défice excessivo
As previsões sobre a economia portuguesa, hoje tornadas públicas pela Comissão Europeia, não só melhoram a estimativa do défice do ano passado, como as de 2017 e de 2018, prevendo agora que se situe nos 2% e de 2,2% respetivamente.
A notícia foi dada pelo comissário europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, que na ocasião sublinhou os “progressos muito fortes” que a economia portuguesa fez durante o ano de 2016, tendo mesmo avançando com o que considerou ser uma hipótese robusta de Portugal sair “dentro de meses” do Procedimento por Défice Excessivo.
Reagindo às previsões sobre a economia portuguesa hoje avocadas pela Comissão Europeia, o dirigente socialista, João Galamba, sublinhou que elas vêm confirmar, por um lado, o “otimismo e a convicção” que o Governo português sempre manteve de que a sua estratégia “é a mais adequada”, para conduzir o país à recuperação económica, provando, por outro lado, como também aludiu, de que há agora todas as condições objetivas para que Portugal possa sair “muito em breve” e de “forma folgada”, do Procedimento por Défice Excessivo.
Se mais e melhor investimento não foi feito em 2016, defendeu o deputado e porta-voz do PS, sublinhando aliás as palavras do próprio comissário europeu, isso deveu-se, não só a uma “transição entre quadros comunitários”, como a “problemas herdados na banca” que não foram “reconhecidos no passado” e que muito contribuíram para “limitar o investimento”.
João Galamba refutou, por isso, que o “menor impulso” no investimento tenha a ver com a falta de confiança na economia portuguesa ou com as reversões executadas pelo Governo socialista, ou ainda por causa da “subida do salário mínimo”, como chegou a ser mencionado, quer pela oposição de direita, quer por “algumas instituições internacionais”.
Economia a crescer
De acordo com as previsões de inverno hoje divulgadas pela Comissão Europeia, a economia portuguesa deverá ter crescido em 2016 1,3% devendo chegar aos 1,6% este ano, números que estão ligeiramente acima das previsões do próprio Governo, tendo Bruxelas revisto em alta a estimativa de crescimento do produto português em 2016, de 0,9% em novembro, para 1,3%, devido a um “forte desempenho” na segunda metade do ano, não só do sector do turismo, como igualmente do consumo privado.
Bruxelas prevê agora que a economia cresça 1,6 este ano e 1,5% em 2018, enquanto estima que o défice orçamental tenha descido para 2,3% do PIB em 2016, ficando assim abaixo da meta definida para o fim do processo de sanções.