Portugal pode responder a metas mais ambiciosas nas renováveis
Segundo o secretário de Estado da Energia, “o país está preparado para valores superiores”. Refira-se que o Parlamento Europeu (PE) e o Conselho da União Europeia chegaram ontem a acordo sobre a proposta da Comissão Europeia que estabelece uma meta obrigatória de 32% de energia obtida de fontes renováveis até 2030, um equilíbrio entre os 27% aprovados em dezembro pelos Estados-membros e os 35% pedidos pelo PE.
Em reação a este acordo, Jorge Seguro Sanches afirmou que estas metas “são menos ambiciosas do que foi a posição portuguesa”.
“Estivemos sempre entre os países com as metas mais ambiciosas a este nível”, disse, acrescentando que a parte portuguesa sempre entendeu ser esta “uma solução de compromisso”, sem deixar de se bater por valores mais altos “porque isso faz todo o sentido”.
O governante sublinhou que o nosso país tinha “uma meta anteriormente estabelecida para 2020 de 31%” de obtenção de energia através de fontes renováveis.
Mas, contrapôs, “esse valor está adquirido”, pelo que Portugal está “a trabalhar com valores muito superiores”.
Seguro Sanches lembrou igualmente que o país se vinculou à meta de ter neutralidade carbónica em 2050 e que o trabalho que está a ser realizado atualmente vai no sentido de que “a incorporação de renováveis seja superior até a essas metas que estão estabelecidas”.
E apontou uma meta de 35% até 2030, defendendo também “valores ambiciosos” para a eficiência energética, destacando a necessidade de tais percentagens serem vinculativas. “Ou seja, não devem ser apenas indicativas, mas respeitar aquilo que são objetivos firmes por parte de cada um dos países”, indicou.
De seguida, o secretário de Estado da Energia explicou que, à semelhança do que acontece na livre circulação de pessoas, bens e capitais que existe na UE, “também se devem criar as infraestruturas nos países e entre os países para que exista uma verdadeira livre circulação de energia no espaço europeu”, desde logo através de interligações elétricas.
Isto faz sentido, defendeu, “não só para podermos exportar a nossa energia renovável”, mas também, avançou, “pelo facto de podermos adquirir energia mais barata a outros países”.
Lembrar que o novo quadro regulamentar aprovado pelos colegisladores inclui uma meta vinculativa em matéria de energias renováveis para a UE para 2030, de 32%, com uma cláusula de revisão em alta até 2023.
Até 2020, recorde-se, 20% da energia consumida tem que ser proveniente de fontes renováveis, que são as provenientes de recursos naturais.