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Portugal perdeu muito com alinhamentos unilaterais

Portugal perdeu muito com alinhamentos unilaterais

Portugal “perdeu muito” nos últimos anos por ter insistido em “alinhamentos unilaterais”, em vez de ter optado por “convergir em interesses” com vários países europeus, defendeu ontem o ministro dos Negócios Estrangeiros, na comissão parlamentar de Assuntos Europeus.

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Portugal perdeu muito com alinhamentos unilaterais

Augusto Santos Silva apontou ainda ser a “coisa mais normal”, do ponto de vista da política europeia, que “tivéssemos tido a capacidade de ter relações e convergência de interesses, seja com a Alemanha, seja com a Grécia, Itália, Suécia, Finlândia ou com qualquer outro país comunitário”.

Inverter a herança seguidista protagonizada pela anterior maioria de direita, sobretudo em relação à Alemanha, defendeu o titular da pasta dos Negócios Estrangeiros, passa agora, com o Governo do PS, por desenvolver uma nova estratégia, cuja matriz terá o seu principal enfoque na defesa dos interesses nacionais e numa maior “plasticidade” das políticas europeias que “procuramos concretizar”.

Governo trabalha com projeções prudentes e cautelosas

Na audição parlamentar, o ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou também que o Programa de Estabilidade vincula o Governo português para esta legislatura e não, como o documento apresentado pela anterior maioria de direita em 2015, que configurava um programa pré-eleitoral.

Respondendo a um deputado da direita, Santos Silva lembrou que o Governo trabalha com os pés bem assentes na terra, salientando que o Executivo, liderado pelo primeiro-ministro António Costa, age num cenário macroeconómico “em projeções prudentes e muito cautelosas”, justificando esta postura em virtude de o ambiente internacional, do ponto de vista económico, “ser hoje outra vez incerto”.

Depois de destacar que o Governo estima um crescimento do emprego e uma redução da taxa de desemprego, ao mesmo tempo que prevê um crescimento da população ativa, Santos Silva fez questão de rebater as críticas da direita, lembrando que não estão previstos “nenhuns aumentos de remunerações” para a função pública, mas apenas a “reposição dos cortes” nos salários efetuados pela anterior maioria, garantindo que o Executivo do PS está “determinado em acabar com o período de exceção que o país viveu”.

O titular da pasta dos Negócios Estrangeiros e número dois do Governo sublinhou ainda que uma coisa é fazer reformas estruturais em pontos críticos que contribuam para o desenvolvimento de Portugal, e outra, bem diferente, é insistir em “receitas erradas de cortes e mais cortes”.