Intervindo online na décima edição do Fórum GraPE, organismo que reúne os graduados portugueses que vivem e trabalham no estrangeiro na área da ciência e da investigação, a ministra Elvira Fortunato começou por elencar o conjunto de oportunidades que o país hoje oferece na área da investigação e da Ciência, um novo cenário, como salientou, que o Governo quer potenciar para fortalecer o regresso dos jovens investigadores portugueses que escolheram viver e trabalhar no estrangeiro, lembrando, contudo, que caso este cenário de retorno de pessoas qualificadas não se dê em número suficiente, isto poderá criar, como mencionou, um problema face à “quantidade de projetos que vamos ter em mãos”.
Tal como referiu a ministra, Portugal oferece hoje instrumentos e condições adequadas, quer nas instituições do ensino superior, nos centros de investigação ou nos laboratórios colaborativos, para poder receber todos os investigadores que queiram regressar ao país e aqui continuar a desenvolver o seu trabalho, deixando claro que, neste cenário, “não há nenhuma quota específica” para nacionais ou estrangeiros, sendo que a escolha passará sempre por um concurso e a contratação feita com “base nos currículos e experiência profissional”.
Quanto à diferença que existe entre Portugal e outros países europeus em matéria da duração dos contratos de trabalho na área da investigação, mas também em meios postos à disposição dos investigadores, a ministra defendeu que neste, como em muitos outros casos, “só é possível comparar aquilo que é comparável”, referindo a propósito o exemplo da diferença entre o PIB português e o produto inglês, defendendo que quando há “mais orçamento” é também mais fácil criar “mais bolsas e atribuir mais investimento à ciência”.
“Houve, sim, falta de investimento em laboratórios, infraestruturas e equipamentos”, realçou Elvira Fortunato, mas não, como apontou, na formação de novos investigadores, uma área em que o país “tem apostado como nunca nos últimos anos”.