Portugal não pode estar numa posição de submissão na Europa
“Bem sei que por vezes é difícil ser socialista no quadro da União Europeia, mas há uma coisa sobre a qual não tenho a menor das dúvidas: é que fora do quadro da União Europeia é impossível ser socialista”, afirmou António Costa, que dedicou grande parte do seu discurso de encerramento do 21º Congresso do PS aos desafios que se colocam a Portugal no quadro europeu.
Segundo sublinhou o líder do PS, só através da União Europeia se pode fazer face aos grandes desafios que se colocam à Humanidade e ao desenvolvimento de Portugal.
E isto porque, defendeu, “não é possível regular as alterações climáticas, regular o comércio internacional, combater o terrorismo, procurar ter um sistema de justiça fiscal que não seja assente nas ‘offshores’ e no dumping fiscal se não tivermos União Europeia a sério, forte, e com a participação de Portugal”.
António Costa defendeu que Portugal só pode “estar de uma forma leal e construtiva sem embarcar em bravatas nem estar numa posição de submissão. Nós somos iguais entre iguais”, afirmou António Costa.
“Sou o primeiro a concordar que a França é a França. E Portugal é Portugal”, disse, acrescentando que o país está na primeira linha do combate ao terrorismo e da defesa do digno acolhimento aos refugiados.
Sanções seriam injustas e imorais
Sobre a possibilidade de a União Europeia aplicar sanções a Portugal por défice excessivo, o líder do PS considerou que seria “absurdo, injusto e imoral” as instituições europeias, depois de “tanto elogiarem as políticas do anterior Governo, pretenderem agora castigar as políticas antes seguidas”.
Nesse sentido, apelou para que seja aprovada por todas as forças políticas a resolução anunciada pelo PS no Parlamento sobre essa matéria.
António Costa, que ao longo do seu discurso teceu fortes críticas ao rumo da Europa, nomeadamente à sua deriva neoliberal, sustentou que “é afirmando uma alternativa e não capitulando perante o neoliberalismo” que se defende a União Europa”.