Portugal na linha da frente para a neutralidade carbónica
Em Paris, onde se deslocou para participar na Cimeira “One Planet Summit”, encontro convocado pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, e pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, para assinalar os dois anos do Acordo de Paris sobre alterações climáticas, António Costa garantiu que Portugal tem vindo a implementar um conjunto de medidas para cumprir o Acordo de Paris, tendo em vista, como referiu, “atingir a neutralidade carbónica em 2050”.
Investimento nas renováveis
A este propósito, o primeiro-ministro lembrou que Portugal é hoje um dos países, não só a nível europeu, que tem uma das maiores quotas de energia elétrica produzida a partir de energias renováveis, tendo atingido, como adiantou, 60% na produção e 30% no consumo, tendo, por outro lado, nos últimos dois anos, dado passos seguros para “reforçar a resiliência do litoral”, programa para o qual foram destinados cerca de 200 milhões de euros, tudo isto a par de uma outra iniciativa, como acrescentou, que passa pela renovação das frotas das empresas de transportes coletivos de Lisboa e do Porto, através de um programa de substituição de viaturas de “elevadíssima performance ambiental”.
Exemplo das boas práticas que Portugal tem vindo a seguir desde que começou a apostar nas energias renováveis, garantiu o primeiro-ministro, é o que se passou no ano passado, em que o país conseguiu garantir quatro dias em que toda a energia consumida em Portugal “foi produzida por energias renováveis”, hidráulica, eólica e solar, defendendo António Costa que faz, por isso, todo o sentido, que o Governo que lidera “mantenha um forte investimento nas energias renováveis”.
O chefe do Governo português recordou ainda que recentemente Portugal, França, Holanda e Costa Rica, lançaram uma aliança destinada a atingir a “neutralidade carbónica no sector dos transportes”, problemática que estes países vão analisar em conjunto já no próximo mês de fevereiro, quando se reunirem pela primeira vez em Lisboa.
Por outro lado, e ainda no seguimento de uma iniciativa proposta pelo Reino Unido e pelo Canadá, para que até 2030 seja abolida a produção de energia a partir do carvão, António Costa garantiu que Portugal tem vindo a dar passos consistentes para cumprir esta decisão, anunciando a este propósito que já no próximo ano o Governo vai avançar com um imposto sobre o carvão, tendo em vista, como aludiu, “dar um incentivo às empresas” para reduzirem a sua produção com base neste mineral.
Importância dos oceanos
O primeiro-ministro teve ainda ocasião para defender a importância dos oceanos, considerando-os como uma das chaves na área ambiental, indispensáveis para contribuírem para a redução das alterações climáticas, lembrando que a conferência “Oceans Meeting 2017”, que teve lugar no passado mês de setembro em Lisboa, se revestiu de grande importância, tendo anunciado que, no seguimento deste encontro, Portugal trabalha agora com o Quénia “para continuar esta iniciativa”, estando já agendada uma nova reunião para 2020.